A sífilis é uma doença infecciosa grave e antiga que voltou a assombrar a população. Sexualmente transmissível, mas que também pode ser passada de mãe para filho, ela nunca saiu de cena, embora tenha ganhado holofotes depois de entrar na lista de males que podem estar provocando a explosão de microcefalia no país, além do zika vírus. Em contrapartida, a penicilina, essencial para o tratamento, está em falta nas unidades de saúde.

Em Minas Gerais, o número de casos de sífilis transmitida de mãe para filho aumentou 53% de 2014 (872) para 2015 (1.337). De janeiro até agora, foram 139 notificações. Todos os tipos da doença já somam 15.892 casos notificados no Estado do ano passado até agora.

Para o infectologista Sebastião Santiago, os casos voltaram a crescer nos últimos cinco anos, principalmente, por causa do descuido e a falta de conscientização da população. “Depois que a aids deixou de ser uma sentença de morte e passou a ser tratada, houve um relaxamento. A notícia de que só morre quem não toma remédio deu uma falsa segurança e provocou uma explosão de doenças venéreas até então controladas, como a gonorreia, que também voltou a todo vapor. Falta prevenção”, adverte. Ele observa que os homossexuais são o grupo de maior risco.

Aos sexualmente ativos, Santiago recomenda o exame de sangue para diagnosticar a sífilis. Para as gestantes, atenção redobrada. A doença pode causar aborto, má-formação do feto e até a morte do bebê. “Toda grávida tem que receber cuidados especiais e sair do hospital após exames que identificam a doença”.

Incidência

Apesar de preocupante em gestantes e bebês, a sífilis adquirida – transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo ou por meio de transfusão – é a que mais gera notificações. “O uso de preservativos em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis congênita”, explica Sebastião Santiago.

“Recomenda-se procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio”, observa.

O infectologista lembra ainda que a penicilina benzatina é o principal tratamento indicado para a doença. O paciente toma duas doses injetáveis do medicamento, uma por semana. Na falta dele, os médicos alçam mão de antibióticos.

 

Fonte: Fonte: Hoje em Dia||

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