A senadora Simone Tebet (MDB) deve anunciar na tarde desta quarta-feira (5) quem vai apoiar no segundo turno da eleição presidencial. Terceira colocada na votação de domingo (2), com 4,2% do total, ela se reuniu com líderes do seu partido na segunda-feira (3) e passou a terça (4) conversando ao telefone com políticos de diferentes legendas sobre a escolha entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Aliados de Lula alimentam a esperança de um apoio de Tebet e do MDB à candidatura do petista. A aliança no segundo turno ampliaria o apoio de ruralistas ao ex-presidente, na avaliação da campanha dele. Tebet é senadora do Mato Grosso do Sul e ligada ao agronegócio.

Em seu primeiro discurso após a divulgação do resultado do primeiro turno das eleições, na noite de domingo, Tebet afirmou que não irá se omitir no segundo turno. Ela disse que a palavra sobre o posicionamento do partido está com os presidentes do MDB, mas deu no máximo 48 horas para que eles decidam quem irão apoiar, pois afirmou que “irá se pronunciar, diante de sua responsabilidade e de sua vice candidata, a senadora paulistana Mara Gabrilli, com o povo”.

“Chegamos aonde chegamos juntos e estaremos juntos no segundo turno. Roberto [Freire], acelere a decisão do Cidadania. Peço ao MDB que faça o mesmo. E ao PSDB e Podemos que façam o mesmo. Só não esperem de mim, que tenho uma trajetória de vida de luta pelo país, neste país que tanto precisa de nós, omissão. Tomem logo a decisão, porque a minha está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Só espero que vocês entendam que esse não é qualquer momento do Brasil”, disse ela.

Simone Tebet ganhou visibilidade com participação na CPI da Covid

Apesar de ter passado longe de ir para o segundo turno e em nenhum momento ter alimentado expectativas concretas de se aproximar dos líderes, Tebet encerrou a campanha à Presidência da República conseguindo se projetar como uma liderança de centro ou centro-direita na política nacional.

Após ganhar notoriedade na CPI da Covid no Senado, em 2021, a emedebista lançou a candidatura em meio a uma discussão de mais de seis meses sobre quem seria o candidato da chamada “terceira via”, que no fim, também reuniu PSDB, Cidadania e Podemos. Partidos que antes estavam no processo, como o União Brasil, desistiram da composição.

Apesar de vitoriosa no processo, a Tebet encontrou forte resistência dentro do seu próprio partido, onde caciques em 11 estados no Norte e no Nordeste declararam apoio público a Lula e tentaram derrubar a convenção da legenda que oficializou o nome da senadora ao Planalto.

Já nas regiões Sul e Centro-Oeste, parte dos quadros são simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro, reduzindo ainda mais o número de palanques regionais com os quais Tebet pode contar.

Fonte: O Tempo

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