Mais quatro pessoas morreram no Rio Grande do Sul com a gripe suína, informou a Secretaria de Saúde do Estado. Com isso, sobe para 11 o número de mortes no RS e 15 no país. Duas foram em Uruguaiana: uma menina de 5 anos, dia 15 de julho, e uma mulher de 36, grávida de oito meses, dia 16. Também morreram um serralheiro de 40 anos, dia 17, em Santa Maria, e um caminhoneiro de 29, em São Borja, no dia 6. Ambos eram obesos. Estima-se que até três mil pessoas já possam estar infectadas naquele Estado.
O município de Uruguaiana, no interior do Rio Grande do Sul, decretou situação de emergência por causa da nova gripe. A medida foi tomada depois das mortes de três pessoas, entre elas, a menina de cinco anos e mulher grávida de oito meses. O bebê foi salvo pelos médicos e não apresenta os sintomas da doença. O maior motivo de preocupação na cidade e em toda a região é a proximidade com a fronteira com a Argentina e Uruguai.
?Nós estamos com 800 caminhões passando diariamente pelo nosso porto seco, rumo à Argentina ou voltando da Argentina. Isso tudo nos expõe?, disse Sanchotene Felice, prefeito de Uruguaiana.
Nas barracas montadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) em frente a um dos maiores hospitais de Porto Alegre, o atendimento dobrou nos últimos dias. Os soldados também vão ajudar no controle da fronteira.
Quinhentos militares estão sendo treinados por técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vão atuar nas fronteiras com a Argentina e o Uruguai. Eles vão dar informações sobre a doença a quem entra no país.
No mundo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta terça-feira (21) que a nova gripe já provocou mais de 700 mortes ao redor do mundo e que sua propagação, iniciada em abril, no México e nos Estados Unidos, continua.
A OMS deixou de divulgar quadros estatísticos com os casos de pessoas infectadas por países devido à propagação em massa da pandemia pelos cinco continentes. Na última vez que informou os casos confirmados, em 10 de julho, tinham sido registradas 429 mortes e mais de 100 mil casos confirmados laboratorialmente em todo o mundo. ?Mas o número de 100 mil infectados não reflete a situação atual da infecção, esclareceu a porta-voz.
A decisão de parar com a divulgação dos balanços com o número de infectados foi parcialmente motivada pelos sintomas moderados da maioria absoluta dos pacientes, que geralmente sofrem os sintomas da gripe durante uma semana, mas nem precisam de cuidados médicos. A OMS também explicou que a contagem de casos não é essencial para avaliar os riscos da doença ou para controlar a sua aparição em países ainda não afetados.
De acordo com a OMS, os países com um grande número de casos deixaram de realizar testes de diagnóstico sistemáticos para concentrar seus esforços na contenção da pandemia. A agência voltou a frisar que cabe aos governos nacionais decidir que medidas tomar, conforme as características da epidemia em cada país.
Argentina
Pelo menos 163 pessoas morreram em decorrência da doença na Argentina, o segundo país do mundo com mais casos de óbitos pela doença, segundo o ministro da Saúde, Juan Manzur. As consultas nos centros de saúde de pacientes com sintomas da gripe caíram em 30%, mas isto não significa que estejamos bem. Estamos melhor, mas o nível de alerta continua, afirmou Manzur.

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