O ponteiro da balança se desiquilibrou por completo, oscilando da direita à esquerda do marcador, lá nas dependências do prédio da Câmara Municipal, quando ouvidas as vozes dos atuais vereadores e daqueles outros cinco que substituirão os que não lograram êxito no último pleito, quando a seleta turma teve que se decidir quanto ao local e outros detalhes do cerimonial da sessão de posse, já marcada para ocorrer em 1º de janeiro de 2021.

O número de convidados a que cada um dos vereadores teria direito de trazer para compor a plateia da dita reunião foi o estopim das divergências. A sua definição exigiu nada menos que 4 acaloradas reuniões e o tal número despencou dos 20 inicialmente cogitados para apenas dois, segundo novo comunicado divulgado nessa quarta (23), pelo Legislativo Municipal. 

O local incialmente escolhido foi o auditório Padre Aurélio, com capacidade para receber 380 espectadores.

Porém, alguns vereadores, com mais sensatez e certamente se lembrando de que aquela Casa Legislativa passou o ano de 2020 proibindo a presença do povo em suas instalações e, conhecedores da necessidade de se levar a sério as exigências de afastamento social e as proibições de decreto em vigor, fizeram com que boa parcela dos colegas mudasse de ideia e venceu, ainda que por pouco tempo, a hipótese da cerimônia ocorrer no plenário da Câmara, obviamente com um número bem reduzido de convidados.

Ocorre que o prato da tal balança, que se imaginava estar em equilíbrio, pendeu novamente para um só lado. Mais uma vez a turma optou pelo Salão Paroquial, mesmo sabendo que seria necessária a redução no número de convidados em razão da proibição explicita de realização de eventos em salões públicos ou privados, neste município.

Na segunda-feira (21), ao ser aprovado na reunião o projeto de resolução de numero 10, transferiu-se o plenário da Câmara no dia 1º de janeiro a partir das 16h, para o auditório do Salão Paroquial, e tudo indicava que não mais pairassem dúvidas sobre a questão e, toda a divulgação da cerimônia de posse dos edis, a eleição da nova Mesa Diretora da Casa e a subsequente posse do prefeito e vice, se tornaram públicas.

Porém, nessa quarta-feira (23), dois fatos novos surgiram após alguns dos vereadores, talvez em função da grita do povão, haverem novamente mudado de ideia.

Ficou mantido o local e o número de convidados de cada vereador foi reduzido para dois, apenas dois!

O que para muitos não foi surpresa, o prefeito veio a público informar que da parte dele e de sua vice, nenhum convidado estará presente no ato da posse.

Certo o prefeito. Realmente ele como chefe do Executivo, sendo responsável pelo decreto que proíbe eventos exatamente para proteger, como é de sua obrigação, a saúde dos munícipes, seguindo as boas práticas de enfrentamento da Covid, não podia agir de forma diferente. Cumprirá o que foi previsto pelo cerimonial da Câmara no tocante ao local e horário por ela determinado, mas, no que depender dele, respeitará como todo munícipe deve fazer, as normas vigentes.

A pergunta que não pode deixar de ser feita é: Por que será que os senhores vereadores não optaram, como colegas de inúmeras cidades país afora, em realizar a cerimônia de forma virtual?

Experiência nesta matéria nosso Legislativo tem de sobra. Afinal de contas, neste ano, foram durante meses a fio, aprovados projetos de grande importância sem que os maiores interessados, os cidadãos formiguenses, tivessem a oportunidade de, ao menos, saberem do que se tratavam.

Concluindo e respeitando as opiniões, em especial no que tange aos acordos políticos, que todos sabemos, permeiam a escolha de membros da Mesa Diretora, é preciso registrar que mesmo sendo noviço, um dos ilustres vereadores já mostrou seu DNA político, roendo acordo feito com determinada chapa e mudando de lado. O toma-lá-dá-cá  existe mesmo, minha gente!

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