O Supremo Tribunal Federal (STF) analisa pedido de liberdade para o goleiro Bruno Fernandes, preso desde julho do ano passado acusado do desaparecimento e morte da ex-namorada Eliza Samudio. Nesta quinta-feira (22), o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, pediu informações à Justiça mineira antes de dar a decisão.
O habeas corpus foi protocolado na quarta (21) e alega ausência de fundamentação na sentença que manteve a prisão preventiva do goleiro.
Como o Supremo está em recesso, quem vai decidir sobre o pedido é o presidente da Corte. Peluso pediu informações ao Tribunal do Júri de Contagem (MG) sobre as razões da manutenção da prisão.
Visitas
Nesta quinta, a defesa de Bruno informou que ele não receberá visitas no presídio nos dias 24 e 25 de dezembro.
Bruno não vai receber visita da família, assim como no ano passado. Ele não terá nenhuma regalia, não tem permissão da Justiça para receber visitas nos dias 24 e 25 de dezembro, disse. A declaração foi dada na saída do depoimento de Ingrid Oliveira, noiva do goleiro, também nesta manhã. Ela foi chamada para esclarecer denúncia feita por um detento contra Bruno e outros dois réus no processo.
Segundo a denúncia, Luiz Henrique Ferreira Romão, de apelido Macarrão, o goleiro Bruno e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, teriam um plano para matar a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o processo; o delegado Edson Moreira, chefe do inquérito; o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo; o ex-advogado do Bruno Ércio Quaresma; e o advogado José Arteiro, que defende a família de Eliza Samudio.
Ingrid mora no Rio de Janeiro e deve permanercer na capital até esta sexta-feira (23), aniversário de Bruno.
Segundo o advogado, no depoimento, ela informou à Polícia Civil, que desconhece o suposto plano e que nunca teve qualquer contato com o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, citado pelo preso denunciante como o reponsável por arquitetar as mortes.
Ela veio do Rio por causa do depoimento, mas vai ficar pelo menos até amanhã em Belo Horizonte, por causa do aniversário do Bruno. Vou tentar uma visita assistida, que é superior a 15 minutos, disse o advogado.
Bruno e Macarrão estão presos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Eles negaram qualquer envolvimento no suposto plano. Francisco Simim, que se apresentou como advogado de Bruno, disse na terça-feira (20) que a denúncia foi feita por um preso que quer prejudicar o goleiro.
Segundo Simim, o casamento de Bruno com Ingrid Oliveira, que estaria marcado para este dezembro, não será realizado, e ainda não tem data marcada. Mas confirmou o divórcio do goleiro da ex-mulher, Dayanne Souza.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão ? conhecido como Macarrão ?, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

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