Pacientes oncológicos, portadores de HIV e transplantados terão acesso no sistema público de saúde a vacina que previne contra doenças pneumocócicas (como pneumonia, meningite e septicemia) causadas pelos 13 sorotipos de pneumococo mais prevalentes em todo o mundo. A distribuição da Pneumocócica conjugada 13 valente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) começa a ser feita neste mês aos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) do país.

A vacina, até então disponível apenas na rede particular ao custo de aproximadamente R$ 300, vai beneficiar pacientes imunossuprimidos (com comprometimento do sistema imunológico), a partir de 5 anos de idade. É um grupo de alto risco que, na comparação com indivíduos saudáveis, tem um risco potencializado para desenvolvimento de pneumonia e doenças pneumocócicas invasivas.

De acordo com o laboratório que produz o medicamento, em portadores de HIV, por exemplo, a diminuição da capacidade das células de defesa provocada pelo vírus faz com que o paciente apresente um risco para doenças pneumocócicas graves até 100 vezes maior em relação a pessoas sem essa condição. O uso de imunossupressores, ministrados para evitar rejeição em pacientes transplantados, também pode interferir na capacidade imunológica.

A diretora de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Lúcia Paixão, ressalta que a vacina protege não apenas contra pneumonias, mas também meningites e infecções do sistema nervoso central. “É uma excelente vacina para proteger as pessoas de doenças por pneumococo. É um ganho muito grande, mas neste primeiro momento estará disponível apenas para esse público”, avisa. A secretaria está fazendo o levantamento da quantidade de pacientes atendidos no Crie para verificar o total de doses a serem recebidas.

O centro para Imunobiológicos é voltado para pacientes com HIV, transplantados de medula óssea e de órgãos sólidos e oncológicos. Na capital, localizado na Rua Paraíba, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul, ele atende moradores de BH e da região metropolitana. Médicos de pacientes nessas condições fazem relatório e encaminham para o Crie, onde o especialista confirma o diagnóstico e faz o calendário vacinal do doente de acordo com o que ele precisa. O tratamento com a pneumocócica conjugada 13 valente é feito em dose única e tem sequência com a pneumocócica 23, aplicada seis meses depois e já disponibilizada no calendário nacional de imunização.

A Secretaria de Estado de Saúde foi procurada para informar como se dará a distribuição para outras cidades de Minas, mas não respondeu até o fechamento desta edição.

 

Fonte: Estado de Minas ||
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