O terreno onde está localizado o Shopping Center Norte, na capital paulista, já foi utilizado como depósito de lixo antes da construção do estabelecimento comercial, na década de 80. De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), a área foi classificada como contaminada por causa da existência de gás metano no terreno.
Segundo a Cetesb, ?há exigências de caráter emergencial ainda não cumpridas, como a instalação de drenos para o gás metano em toda a área do empreendimento, objetivando afastar quaisquer eventuais riscos de explosividade, em consequência de uma concentração do gás em espaço confinado?.
O empreendimento deve continuar com a classificação crítica até que a situação seja considerada sob controle por técnicos da Cetesb. De acordo com a companhia, os responsáveis pelo Shopping Center Norte já foram autuados. A Prefeitura de São Paulo informou na tarde desta terça-feira (27) que determinou a suspensão de todas as atividades do Shopping Center Norte em até 72 horas. O estabelecimento também foi multado em R$ 2 milhões por descumprimento da Lei de Crimes Ambientais.
Lixão em Formiga
Em Formiga, em uma área localizada no bairro Maringá, há mais de duas semanas fogo e fumaça não param de sair do subsolo. O terreno já foi um lixão entre os anos de 1996 e 1999. Um forte cheiro de pneu queimado exala pelo local, incomodando os moradores daquela região. Por sorte, o lugar não é habitado, ao contrário de São Paulo, onde o risco de explosão pode atingir também na região do shopping, um conjunto habitacional que foi construído no terreno que ficava o aterro sanitário Carandiru. Estudos recentes mostram que o lixo que ficou no solo formou bolsões de gases na área.
Na semana passada, o secretário de Gestão Ambiental, Paulo Coelho, visitou o lixão no Maringá e constatou a situação de um risco iminente de explosão. Após a verificação, ele acionou o Corpo de Bombeiros, que então se dirigiu ao local e averiguou que o subsolo está parcialmente em chamas, provavelmente pela queima de gás metano, o que normalmente ocorre em lixões, pela decomposição de matéria orgânica ali depositada.
Paralelamente, o secretário Paulo Coelho informou a promotoria de Meio Ambiente sobre a ocorrência e acionou a Polícia Ambiental que, diante da situação, opinou por solicitar da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) para que técnicos do Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) se deslocassem para Formiga com o intuito de avaliarem a situação e proporem medidas mais adequadas.
Na quarta-feira passada (21), o funcionário Sebastião Bahia do NEA esteve em Formiga para analisar a situação do terreno no Maringá. Segundo ele, somente uma equipe especializada em geologia poderá encontrar uma solução para o problema.
Como o local já foi um lixão, a situação demanda um cuidado maior na análise do terreno. De acordo com Sebastião Bahia, por enquanto, não há como precisar o que poderia ser feito para solucionar a combustão do solo.
Segundo o funcionário do NEA, poderia ser feita uma limpeza no terreno com o auxílio de uma retro escavadeira, porém, não se sabe qual a profundidade e a situação do lixão. Uma hipótese a considerar é o que aconteceria caso a máquina entrasse em atrito com os materiais existentes na vala, gerando gases que poderiam causar uma explosão.
O comandante da Polícia Ambiental, diante do que constatou, solicitou também que o secretário interditasse a área, por entender que há sim o risco de ocorrerem explosões e descartou, ao menos por enquanto, a adoção do emprego de máquinas no local para revolver a terra.

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