Conhecido pelo papel do “Russo” nos filmes Tropa de Elite (2007) e Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010), o ator Sandro Rocha participou ao vivo, nessa quarta-feira (15), do programa Pleno Time. Durante a entrevista, ele voltou a comentar a polêmica envolvendo Wagner Moura, seu ex-colega de elenco e intérprete do Capitão Nascimento nos dois longas dirigidos por José Padilha.

O comentário surgiu após Wagner Moura ser questionado sobre três filmes nacionais que, em sua opinião, todo brasileiro deveria assistir. O ator não mencionou Tropa de Elite, o que foi criticado por Sandro Rocha.

Durante a entrevista, Sandro acusou Moura de tentar “roubar o senso comum da população”:

“O Wagner é livre para escolher o que quiser. O problema é que ele se esconde atrás de uma espiral de silêncio, de uma tentativa de roubar o senso comum da população, apoiado por uma mídia que se coloca como se fosse verdade. Todo mundo começou a se interessar pelo trabalho do Wagner a partir de Tropa de Elite, e não citar o filme mais visto da história do cinema nacional não tem a ver com escolha individual, mas com o fato de eles acharem que o filme é fascista. A cultura no Brasil foi aparelhada, e a esquerda tem calado as pessoas na base do medo”, afirmou.

Além da crítica, Sandro Rocha relatou episódios de retaliação profissional por conta de seu posicionamento político. Apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ator contou que, durante as eleições de 2018, colegas da classe artística relataram temer represálias por expressarem opiniões divergentes da esquerda.

“Eu jamais imaginei que, dentro da classe artística, você não pudesse ter opinião divergente. Sempre fui uma pessoa que não abre mão da minha independência e da minha forma de me expressar, e paguei o preço por isso. Fui afastado da minha profissão por conta da minha posição política pró-Bolsonaro. Tiraram-me de filmes para os quais eu já estava escalado, e houve uma perseguição nos bastidores para que eu não fosse contratado”, denunciou.

Fora das novelas desde 2017, quando participou da trama bíblica Apocalipse, da Record, o ator atualmente atua no mercado imobiliário. Criado no Complexo do Lins, no Rio de Janeiro, ele comentou sobre seu distanciamento da atuação:

“Minha carreira nunca foi pautada apenas na expressão artística. Sempre fui empresário e trabalho desde os 13 anos. Eu vendia sorvete e brigadeiro no meu condomínio para ajudar nas despesas de casa. Nunca dependi 100% da minha carreira, mas hoje minha relação com a arte é zero, é uma relação de saudade. Minha carreira me foi tirada por conta do meu posicionamento”, afirmou.

Sandro Rocha reforçou, ao longo da entrevista, sua visão de que o setor artístico tem sido dominado por uma visão ideológica única e disse sentir falta da profissão. Para ele, sua trajetória foi impactada diretamente por sua posição política.

Com informações do Metrópoles

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