O secretário de Fazenda, Antônio Alvarenga (Toinzinho), em longa entrevista concedida na manhã desta sexta-feira (13), ao radialista Jaime Mendonça, com certa coerência, reconheceu que o projeto em que se pretendia reajustar a planta de valores, alíquotas do IPTU, UPMF e por consequência as tarifas que a tem como base, apresentado à Câmara Municipal, precisa mesmo ser alterado. Segundo ele, com a recusa dos vereadores de apresentarem emendas, que ele garante que seriam aceitas mediante negociação entre os dois poderes, sua equipe agora, já tem em mãos um substitutivo a ser proposto, em bases bem inferiores àquela apresentada originalmente.
Na opinião do secretário, os vereadores perderam uma grande oportunidade de se mostrarem à população (eleitores) como tendo sido os que, analisando o projeto, eliminaram os erros encontrados, adequando-o em bases mais compatíveis com os interesses da população, reduzindo os ?encargos? propostos, mas, permitindo que o caixa do município não seja penalizado.
Para ele, o que a administração pretendia e pretende é apenas reduzir a desigualdade fiscal hoje existente a qual, segundo ele, quem pode mais paga menos e quem não pode é penalizado. Citou os clássicos exemplos de mansões em Furnas, contrapondo-os com os impostos (IPTU) cobrados de proprietários de moradias mais simples em bairros periféricos da cidade.
O secretário respondeu a questionamentos do radialista, citando nominalmente vereadores e as respectivas críticas feitas ao projeto e a seus executores, no dia anterior, quando formam entrevistados no mesmo programa.
Ao final de sua fala, Toinzinho afirmou que se os aumentos propostos ? agora já reduzidos após a revisão dos autores e sintetizadas num novo projeto, (social), se não forem aprovados, em 2014 a municipalidade terá sérias dificuldades para sair da rotina vivida no presente ano ?(quando fizemos só para o chá).? ? Nada de novos investimentos ou aumento de salários dos funcionários municipais, como seria o desejo do prefeito, e também acredito que mesmo que venham verbas estaduais ou federais, não teremos condições de bancar a nossa parte, contrapartida?.
O secretário, por diversas vezes bateu na mesma tecla dizendo que o interesse da atual administração ao enviar o projeto para a Câmara era em primeiro lugar promover a justiça fiscal, e que, sempre esteve assim como ainda está disponível para refazer cálculos e providenciar modificações sugeridas pelos vereadores desde que embasadas tecnicamente e discutidas com seus assessores que exaustivamente trabalharam para a confecção do projeto.
Toinzinho ao ser questionado sobre a possibilidade de reabertura de um diálogo com a Câmara afirmou que se coloca a disposição dos vereadores, assim como a sua equipe técnica, mas que, de forma alguma participaria de qualquer reunião ou audiência pública para não se expor ? assim como seus auxiliares ? ao achincalhe público.
Questionado se o IPTU e outras taxas têm sido reajustados ao longo dos dez anos pelos índices oficiais (IGP e outros) período em que ele afirma, a planta de valores acabou se defasando, respondeu que sim.
Indagado sobre os motivos que levaram a atual administração a não cumprir as promessas de campanha ? (Hospital Regional ? Restaurante Popular ? transferência do almoxarifado para o DER ? renovação de frota ? construção de creches, etc) ? foi lacônico e disse que tal pergunta deveria ser dirigida ao prefeito.
O secretário esteve acompanhado de alguns de seus principais assessores, mas, dentre eles, quem fez uso da palavra foi apenas o responsável pela empresa Gestec, Marcilio Melo, que presta serviço ao município desde o governo anterior e que igualmente ao secretário, defendeu a tese de que a desigualdade no trato das questões tributárias no município é gritante e precisa ser ajustada, até mesmo em função de exigência constitucional, conforme afirmou.
Nota da Redação:
Antes do encerramento desta matéria, o jornal ouviu, por telefone, cinco dos seis vereadores considerados oposicionistas. Todos responderam que a fala do secretário na emissora de rádio, em nada mudou o pensamento deles a respeito do projeto. Indagados a definirem em uma só palavra, a fala do secretário, ouvimos como respostas: Arrogante, prepotente, mentiroso, poeta, não conhece nossa realidade.

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