O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, nessa terça-feira (4), a criação do Partido Missão (Missão), legenda vinculada ao Movimento Brasil Livre (MBL). Com a decisão, a sigla se torna o 30º partido político oficialmente registrado no Brasil e usará o número 14.

Criação e aprovação no TSE

O processo de registro foi relatado pelo ministro André Mendonça, que incluiu o caso na pauta após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Durante a sessão, o advogado Arthur Luís Mendonça Rollo defendeu a criação do partido, destacando o esforço do movimento na coleta de assinaturas.

Esse sonho começou com jovens que sentiram a necessidade de deixar suas casas para buscar melhores condições para o país (…). Cerca de 2 mil jovens coletaram assinaturas em todo o Brasil e chegaram ao número de 590 mil, maior do que as 547 mil exigidas”, afirmou o advogado.

O relator votou pela aprovação do registro, afirmando que o Missão cumpriu todos os requisitos legais. Os ministros Isabel Galotti, Antonio Carlos Ferreira, Floriano de Azevedo Marques, Estela Aranha, Nunes Marques e Cármen Lúcia acompanharam o voto de Mendonça.

A articulação para a criação da legenda começou em 2023. Desde então, o MBL reuniu 590 mil assinaturas, posteriormente validadas pelo TSE, número superior ao mínimo exigido pela legislação eleitoral. O pedido formal de registro foi protocolado em julho de 2025, logo após a validação das assinaturas.

O movimento também comprovou a existência de diretórios estaduais em pelo menos nove unidades da Federação e adequou o estatuto partidário às exigências sobre prevenção e combate à violência de gênero, conforme solicitado em diligências do tribunal.

Planos políticos e posicionamento

Em entrevista concedida ao Metrópoles em agosto, o presidente do MBL, Renan Santos, afirmou que o grupo pretende lançar candidato próprio à Presidência da República em 2026.

Nós teremos candidato para presidente da República. Com o partido Missão, estaremos nas próximas eleições com um candidato. Já passaram os tempos de ficar com os dilemas (sobre quem apoiar). Agora a nossa tarefa é escolher um candidato”, declarou Santos.

Um dos fundadores do MBL movimento criado em 2014 durante as manifestações contra o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Renan Santos também descartou apoiar uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O grupo rompeu politicamente com o governo paulista, o que levou o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil) a deixar a vice-liderança do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Segundo Santos, o MBL “nunca se escorou no Tarcísio” e apenas colaborou em pautas específicas, como a privatização da Sabesp.

Com a aprovação no TSE, o Partido Missão passa a integrar oficialmente o quadro partidário brasileiro, abrindo caminho para que o MBL atue de forma independente nas próximas eleições. A legenda consolida-se como uma nova força política, com estrutura nacional, número definido e planos claros de disputar o cenário presidencial em 2026.

Com informações do Metrópoles

 

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