Estrangeiros que estão a caminho de Belo Horizonte e só se comunicam em inglês precisam treinar mímica e também trazer na bagagem uma boa dose de paciência. Depois de duas semanas fingindo ser um ´gringo´ perdido na capital, resta-me a constatação de que conseguir informações na língua estrangeira nos serviços públicos é um desafio para viajante nenhum colocar defeito.
Dos dez lugares visitados, a maioria deixou a desejar no atendimento. Quando provocados com pedidos simples de ajuda, muitos funcionários de postos oficiais de atendimento ao turista, como os da Empresa Municipal de Turismo (Belotur), se atrapalharam. Ficaram sem resposta perguntas como: Posso pegar o metrô para ir à Pampulha? e Onde fica o banheiro?.
A situação é preocupante quando se leva em consideração a proximidade da Copa do Mundo de 2014, que vai trazer para a cidade muitas pessoas de outros países. Acende-se o alerta também por causa do número crescente de estrangeiros que chegam à capital.
O Relato de um turista
O que eu mais ouvi nos locais aonde fui me passando por um turista foram frases que misturavam palavras em inglês e português e que, no fim, não diziam nada. Um verdadeiro estrangeiro ficaria confuso com os erros de pronúncia e de gramática.
Foi fácil conseguir mapas e panfletos escritos em mais de um idioma. Mas, na hora de obter detalhes sobre os endereços procurados, só mesmo fazendo muito esforço para entender os gestos com braços e mãos.
Minha aventura disfarçado de turista rendeu, além de muita confusão, momentos engraçados e de demonstrações de boa vontade. A primeira reação das pessoas era de nervosismo. No desespero para ajudar, um taxista no aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, quase derrubou um colega ao se virar para pegar o celular dentro do carro. Um amigo dele, que domina o inglês, intermediou a conversa pelo telefone.
Também em Confins, o balcão da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), em frente ao portão de desembarque, deveria estar preparado para receber um visitante que fala inglês. Mas o funcionário não entendeu que eu queria ir ao centro da cidade, downtown.
No posto de informações da Empresa Municipal de Turismo (Belotur) no Mercado das Flores, na região central da capital, a atendente insistia em dizer que o Museu de Artes e Ofícios fica na praça da Liberdade, quando, na verdade, fica na praça da Estação.
Sinalização
Faltam placas com informações em mais de um idioma para orientar os turistas estrangeiros nos locais visitados pela reportagem. Só o aeroporto de Confins se saiu bem nesse quesito.

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