Redação Últimas Notícias

Funcionários e internos do Asilo São Francisco de Assis, em Formiga, se despediram no sábado (18) de dona Luzia Cândida da Silva, que faleceu aos 114 anos, após viver por 27 na instituição.

A idosa, que figurava entre as pessoas mais velhas ainda vivas em Minas, faleceu após uma série de problemas de saúde que se asseveraram no mês de março deste ano.

Natural de Pitangui, dona Luzia nasceu em 24 de fevereiro de 1906. Antes de vir para o Asilo de Formiga, já vivia em uma instituição de acolhimento, em Itapecerica.

Ela chegou na cidade das Areias Brancas em 8 de janeiro de 1994. De acordo com a enfermeira da casa de acolhimento, Vânia Semiliano, que acompanhava a idosa há muitos anos e por ela era muito bem quista, desde que deu entrada na instituição dona Luzia jamais recebeu visitas ou ligações.

As informações repassadas à época pelo Asilo de Itapecerica, eram de que a idosa morava na cidade de Campo Belo, mas não possuía filhos e nem familiares próximos.

Dona Luzia e o seu companheiro de independência – o andador. Foto: Divulgação

“A dona Luzia era muito ativa, cuidadosa com seus pertences, vaidosa e delicada. Era muito querida por todos da equipe e já está nos fazendo muita falta”, comentou a enfermeira que, em entrevista ao portal Últimas Notícias, contou ainda que o cotidiano da idosa era muito tranquilo, desde que ninguém mexesse em seus pertences. O dia de limpeza mais profunda no quarto era um grande problema, mas nas atividades diárias, dona Luzia era sempre muito carinhosa e fazia questão de fazer as refeições na copa, junto com os funcionários.

Além da Vânia, a enfermeira Fabiana Gomes também acompanhava de perto a idosa que, enquanto se manteve em bom estado de saúde, fazendo uso de um andador, passeava por todo asilo, impressionando pela disposição e autonomia, mesmo com a idade avançada.

As condições de vida de dona Luzia começaram a se deteriorar após ela sofrer um Ataque Isquêmico Transitório (AIT) no dia 23 de março deste ano. Ela foi cuidada pelo médico da casa de acolhimento e começou a se recuperar. Porém, no dia 30 do mesmo mês sofreu um Acidente Vascular Encefálico (AVE).

A partir de então, apesar de não perder a consciência, a idosa passou a ficar acamada e fazer uso de sonda nasoentérica. A condição de tamanha necessidade de cuidado desassossegava a idosa acostumada com a independência.

O quadro de saúde dela se manteve estável nos demais meses, até que ela apresentou uma pneumonia, precisando ficar internada na Santa Casa por cerca de uma semana, onde sofreu um novo AVE, do qual não se recuperou, falecendo no sábado.

Na lembrança dos funcionários e de quem convivia com a idosa ficará as lembranças de seu amor por colares e brincos e seu jeito cuidadoso e delicado.

“O que fica é a lembrança de uma pessoa muito alegre, que gostava de dançar e que deixou uma grande saudade em todos nós”, encerrou Vânia.

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