Um novo estudo realizado com irmãos gêmeos indica que o tricloroetileno (TCE), um solvente comumente utilizado em compostos refrigeradores e desengordurantes de metal, está associado ao aumento do risco da doença de Parkinson.
A análise, publicada na edição deste mês da revista The Annals of Neurology, usou informações do registro militar norte-americano para examinar 99 pares de gêmeos, com idades por volta de 65 anos, em que apenas um dos irmãos apresentava a doença. Para determinar o histórico empregatício dos gêmeos, os cientistas utilizaram um questionário com perguntas diversas. Além disso, foram levados em conta o hobby e outras atividades que possam ter levado um dos gêmeos a ter contato com a substância.
Os gêmeos que trabalharam com TCE tinham seis vezes mais chance de apresentar a doença de Parkinson que aqueles que não trabalharam em contato com a substância. Gêmeos expostos a dois outros solventes – percloroetileno e tetracloreto de carbono, substâncias usadas em lavanderias e outras indústrias, também apresentaram um índice alto de incidência da doença.
Os autores reconhecem a dificuldade em coletar informações precisas com relação ao passado dos gêmeos estudados e que, de fato, o estudo é ainda pouco abrangente e limitado à exposição ocupacional. Ainda assim, Samuel M. Goldman, do Instituto do Parkinson, explicou que praticamente todas as pessoas atualmente são expostas a essas substâncias. São contaminantes comuns e podem ser detectados na água, no sangue e até mesmo em leite materno, completa. Segundo Goldman, 22 mil toneladas de TCE são liberadas no ambiente só nos Estados Unidos.
O tricloroetileno também já foi associado a doenças hepáticas e à degradação do sistema nervoso central. O composto pode ser encontrado em solventes, tiradores de mancha, desengordurantes industriais e até em líquidos adesivos.

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