A variante Delta da covid-19, identificada pela primeira vez na Índia, está se tornando a variante da doença dominante no mundo, disse a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) nessa sexta-feira (18). “A variante Delta está a caminho de se tornar a variante dominante globalmente por causa de sua maior transmissibilidade”, disse Soumya Swaminathan em entrevista coletiva.

O Reino Unido relatou um aumento acentuado das infecções com a variante Delta, enquanto o principal funcionário de saúde pública da Alemanha previu que ela se tornaria rapidamente a variante dominante por lá, apesar do aumento das taxas de vacinação. O Kremlin, na Rússia, atribuiu o aumento de casos de covid-19 à relutância de pessoas a se vacinar e ao “niilismo”, após o registro de novas infecções em Moscou, principalmente com a nova variante Delta, alimentando temores de uma terceira onda.

Funcionários da OMS disseram que a África continua sendo uma área de preocupação, embora seja responsável por apenas cerca de 5% das novas infecções globais e 2% das mortes. Novos casos na Namíbia, Serra Leoa, Libéria e Ruanda dobraram na última semana, disse o chefe do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, enquanto o acesso à vacina permanece minúsculo.

CureVac

Swaminathan afirmou que foi “desapontador” o fato de que a vacina da Curevac, empresa biofarmacêutica alemã, não tenha atingido o patamar mínimo de 50% de eficácia estabelecido pela entidade contra a covid-19.Segundo ela, havia uma expectativa positiva sobre esses imunizantes produzidos a partir de métodos mais modernos, com RNA mensageiro, mas o episódio foi um lembrete de que nem todas as vacinas projetadas funcionam.

De qualquer modo, Sumya Swaminathan celebrou o fato de que felizmente várias vacinas já atingiram o mínimo de 50% de eficácia e já têm sido aplicadas. Ela notou que ainda há várias pesquisas a se fazer nessa frente, como meios de tornar as vacinas mais simples de se produzir e ganhar escala nessa produção.

Líder técnica da resposta à pandemia de covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove afirmou que as vacinas atuais “são para evitar casos graves e mortes, e são muito eficazes para isso”. Ela recomendou, porém, que os governos nacionais apóiem as medidas já sabidas para conter a transmissão, a fim de ajudar a controlar o quadro. Michael Ryan notou que, em áreas com muita transmissão comunitária, os sistemas de saúde ficam de qualquer modo sob pressão, independentemente da existência de vacinação em andamento. Como exemplos, ele mencionou os quadros em Brasil e Paraguai.

Fonte: Itatiaia

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