Manipulação genética, experimentos com as pessoas, poluição ambiental, uso de drogas e desigualdades sociais estão na lista dos novos pecados indicados pelo Vaticano. Os pecados foram definidos como sociais e não devem ser confundidos com o elenco dos pecados capitais, que são: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e preguiça.
Em uma entrevista ao jornal da Santa Sé Osservatore Romano, publicada no último domingo, o monsenhor Gianfranco Girotti, responsável pelo tribunal da Cúria Romana, afirmou que as novas formas de pecado social devem ser adaptados à realidade da globalização. Segundo ele, o maior perigo é o mundo desconhecido da bioética.
Dentro da bioética, há áreas onde devemos denunciar, sem qualquer espécie de dúvida, algumas violações dos direitos fundamentais do ser humano, nomeadamente algumas experiências de manipulação genética, cujo resultado é difícil de prever e controlar, disse Girotti. Ele acrescentou que na área social, citou o uso de drogas como um dos novos pecados que merecem condenação. A droga enfraquece a psique e obscura a inteligência, deixando muitos jovens fora do circuito da Igreja.
O monsenhor falou das injustiças sociais e econômicas como uma grande ofensa, indicando que os fiéis devem pedir perdão e fazer penitência. A desigualdade social, onde os ricos se tornam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, alimenta uma insuportável injustiça social, diz.
Girotti pediu maior consciência ambiental. Essas recomendações vêm no seguimento do discurso do papa Bento XVI, que tem apelado para a proteção do meio ambiente, considerando que as alterações climáticas se tornaram muito importantes para a humanidade.
Conforme o monsenhor, o pecado deixou de ser apenas uma questão pessoal e passou a ter influencia mais ampla dentro da sociedade. Antes, o pecado tinha uma dimensão individual; hoje, tem uma impacto social, principalmente por causa da globalização. A atenção ao pecado agora é mais urgente devido aos reflexos maiores e mais destruidores que pode ter, afirmou.
Girotti frisou que o aborto e a pedofilia continuam a ser preocupações centrais para a Igreja , acrescentando que o problema é aumentado pelos meios de comunicação. Esses fenômenos graves que foram denunciados demonstram a fragilidade humana e institucional da Igreja. Ela, porém, reagiu e continua reagindo para tutelar sua imagem e o bem do povo de Deus. Mas os meios de comunicação enfatizam o problema, prejudicando a imagem da Igreja?.
Fiéis deixaram de confessar

O monsenhor Gianfranco Girotti falou sobre a falta de confissão dos fiéis. Durante um curso de atualização sobre o sacramento da confissão no Vaticano, o responsável pelo tribunal informou que cada vez menos católicos confessam os próprios pecados aos padres.
Conforme um estudo da Universidade Católica de Milão, estima-se que cerca de 60% dos fiéis italianos deixaram de se confessar, 30% não sentem necessidade de contar as falhas a um padre e 20% sentem- se pouco à vontade a falar dos seus pecados com outras pessoas. Girotti recordou as recomendações para se receber o perdão. ?Confissão em 15 ou máximo 20 dias antes ou depois de cometer o pecado, comunhão, oração segundo as intenções do papa, pureza e caridade.?

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