Dizendo que não cabe ao governo se meter na vida particular das pessoas, a presidente Dilma Rousseff mandou proibir a distribuição de kits de uma campanha anti-homofobia nas escolas. A ordem da presidente desautoriza uma campanha iniciada pelo Ministério da Educação (MEC), que estava sendo fortemente criticada dentro e fora do Congresso Nacional.
Os três vídeos estão na internet. As cenas se passam em escolas e contam experiências de adolescentes.
Bissexualidade
No primeiro vídeo, feito com desenhos, o tema é a bissexualidade. Trata do adolescente Leonardo, que muda de cidade, e na nova escola se apaixona por meninos e meninas.
Mas quando ele gostava, não importava se era garoto ou garota. Gostando dos dois a probabilidade de encontrar alguém por quem sentisse atração era 50% maior. Tinha duas vezes chance de encontrar alguém.
Homossexualidade
Outro vídeo fala sobre homossexualidade. Duas meninas são alvo de preconceito no colégio quando fotos das duas trocando carinhos são postadas na internet.
Transexualidade
O terceiro vídeo aborda a transexualidade. Um garoto passa a se vestir como mulher, tem medo de ser agredido, mas encontra forçar para superar o preconceito.
O kit foi preparado por Ongs com verba de R$ 1,8 milhão de uma emenda ao Orçamento aprovada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O dinheiro também serviu para financiar seminários e pesquisas sobre o tema.
Os vídeos seriam distribuídos a professores de seis mil escolas pública, onde, segundo MEC, foram registrados casos de homofobia – a partir do segundo semestre.
Os professores é que decidiriam se os vídeos seriam mostrados aos alunos do ensino médio – com idades entre 15 e 17 anos.
Mas, depois de se encontrar com a bancada evangélica e de ver os vídeos, a presidente Dilma decidiu suspender a distribuição do material. Ela disse nesta quinta-feira (26) que não aprova o kit e que o governo não pode interferir na vida privada das pessoas. ?O governo defende a educação e também a luta contra práticas homofóbicas. Não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais?, afirmou.

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