A morte do jovem de 23 anos, Junio César da Rocha, que durante 8 horas aguardou um diagnóstico adequado no Pronto Atendimento Municipal (Pam), de que o mesmo estava com uma grave hemorragia no baço, e depois precisou esperar por mais um longo tempo para ser operado por falta de um cirurgião na Santa Casa, vindo a morrer poucas horas depois de passar pela cirurgia, que não foi realizada por especialistas, foi o principal tema da reunião dessa segunda-feira (10), na Câmara.
Familiares do jovem, que era filho único, estiveram presentes e fizeram cartazes com fotos de Junio e pediram uma ação drástica por parte das autoridades da cidade para evitar que mais pessoas morram por falta de atendimento adequado.
Os vereadores da chamada oposição, Cabo Cunha, Luciano Duque, Pastor Manoel, Mauro César e Arnaldo Gontijo, em suas falas, pediram uma ação imediata para melhorar a saúde do município e a saída da atual secretária de Saúde, Maria Inês Macedo. Alguns foram além e avisaram que não votarão mais projetos e nem darão pareceres, enquanto ela permanecer no cargo. Durante a reunião, foi feita uma convocação, para que todos os vereadores deixassem a Casa e fossem até o Ministério Público em busca soluções para os problemas encontrados atualmente na cidade na área da saúde.
O vereador da situação, Zezinho Gaiola, apoiou os vereadores e afirmou que o prefeito, a secretária e o provedor da Santa Casa precisam assumir suas responsabilidades diante do problema, porque eles são sim, culpados (direta ou indiretamente) de todos esses casos de negligência, que vêm sendo registrados seja no PAM ou na Santa Casa.
O presidente da Câmara, Juarez Carvalho e a vereadora Meirinha também se comprometeram a ir ao Ministério Público. A reunião foi encerrada por volta das 15h30 quando os vereadores se dirigiram a pé, para a sede do MP. Cerca de 40 pessoas acompanharam os vereadores.
No Ministério Público
Na sede do MP, os presentes foram recebidos pelo promotor de Justiça Laurence Albergaria Oliveira. Os vereadores relataram a ele o ocorrido e a real situação no Pronto Atendimento.
O promotor disse que as reclamações referentes ao PAM não são de agora. ?Isso já vem ocorrendo há mais de um ano. Já temos conhecimento da pouca eficiência no PAM. Temos até reclamações dos próprios funcionários que não recebem. Estamos levantando caso a caso, acompanhamos pela imprensa e sabemos que não podemos deixar para depois?.
De acordo com Laurence, a função do MP é fiscalizar esse repasse que é feito para a Santa Casa. ?Como está sendo aplicado? Esta tudo dentro da legalidade? O que chegou para nós é um déficit do Estado, Município e União. Já solicitamos os valores repassados e datas de pagamento. Sabemos que os pacientes não podem ficar prejudicados?.
No final do encontro, os vereadores solicitaram apoio ao Ministério Público para melhorias na saúde em Formiga. O promotor tranquilizou os presentes e disse que o MP pedirá explicações e soluções diante da falta de médicos no plantão do Pronto Atendimento e que tanto a população quanto os vereadores podem fazer essa cobrança. Alguns dos presentes, além dos vereadores assinaram a ata da reunião.

Atualizada às 18h

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