A família de Junior César da Rocha, 23 anos, morador na comunidade rural de Fazenda Velha, que foi vitimado no acidente ocorrido na manhã deste sábado (8) na rodovia BR 354 em que faleceram dois outros ocupantes do mesmo veículo, até ás 18h30, se aglomerava na entrada principal da Santa Casa, sem saber ao certo se ele estaria ou não sendo atendido no Centro Cirúrgico daquela unidade de saúde.
As informações que chegavam até a eles e aos membros da Comissão de Saúde da Câmara Municipal ? vereadores Mauro César e Cabo Cunha, também eram muito desencontradas e a verdade mesmo, parecia não prevalecer por ali, como de costume.
Chamados a cobrir o caso, a equipe do portal esteve no hospital e ouvindo familiares e alguns funcionários, que por razões óbvias falavam nas ?entrelinhas? que:
No Pronto Atendimento Municipal
No PAM o atendimento à vítima que escapou com vida e ferimentos do mesmo acidente em que dois outros perderam a vida, foi atendida no PAM, seguindo-se o tal protocolo de Manchester e 6 horas após receber os tradicionais ?apalpamentos no abdômen? e de passar por outros ?cuidados? ali dispensados aos pacientes, alguém constatou que seu caso necessitaria de atendimento de um ortopedista e seu pai, foi comunicado de que deveria pagar uma consulta e uma taxa na Santa Casa, ( 315,00) para que um ortopedista particular pudesse vir a atendê-lo.
Isto foi feito e o médico por volta das 15h ? portanto, mais de 8 horas após sua chegada no PAM, já no Centro Cirúrgico da Santa Casa, constatou que o caso era muito grave e até as 19h, quando nossa equipe deixou o hospital, familiares davam conta de que havia a informação (muito vaga como sempre) de um rompimento de baço e que o paciente seria encaminhado para a UTI na espera de outro cirurgião para, provavelmente, passar por outra cirurgia.
Segundo a mãe do paciente, antes de sua transferência para o Centro cirúrgico um médico lhe dissera que: seu filho está muito mal, vou abri-lo agora.
Os relatos dos familiares, todos gravados e filmados pela reportagem, contém denúncias sérias que nada mais são que a repetição daquilo que a imprensa, em especial o Nova Imprensa/Ultimas Notícias tem veiculado nestes dois últimos anos.
Mais uma vez, o Pronto atendimento e o próprio hospital, como comprovam fotos e filmes, não mantém na escala de plantão ou de sobreaviso dentre outras especialidades a de um cirurgião. Repetimos aqui a mesma pergunta feita em outras oportunidades: Se não conseguimos atender sequer a uma só vítima de um acidente grave ? que segundo informaram os próprios familiares ? em virtude da ?negligência? corre o sério risco de perder a vida -, o que ocorrerá aqui ? em caso de um acidente que envolva maior número de pessoas?
Relatos garantem que lá no PAM, foi dito aos familiares que o caso não tinha gravidade e que o problema era só aquele (de cunho ortopédico) em uma das pernas.
O Sr. Armando José da Rocha, pai da vítima, inconformado com a situação e sem saber sequer se lá no Centro Cirúrgico havia ou não profissionais que pudessem agir em favor da saúde de seu filho pediu que os vereadores, como autoridades tentassem obter informação mais confiável sobre a realidade dos fatos.
Lá no Centro Cirúrgico
Lá dentro no corredor de acesso ao Centro Cirúrgico, fomos atendidos por uma profissional, de nome Tatiane que, saindo do Bloco, questionou o que pretendíamos e de imediato perguntou-nos: Onde estão os crachás dos senhores? E com desculpas evasivas e não respondendo ao questionamento se lá dentro havia ou não, o cirurgião que o caso requeria, saiu em direção a portaria e após alguns minutos, retornou e nos informou que quem falaria sobre o caso, seria o médico (ortopedista).
Decorridos mais de 20 minutos sem que ninguém aparecesse, os vereadores resolveram retornar à portaria e se dirigir ao PAM para checarmos as reclamações (informações) recebidas.
Na portaria um senhor, lá no saguão de atendimento da Santa Casa, ao nos ver gravando e ouvindo as queixas dos familiares daquele jovem e de outros pacientes que igualmente se queixavam da total falta de atendimento no PAM, insurgiu-se contra nossa postura e questionou-nos a respeito. Convidado, diante das câmeras, a fazer a defesa que com tanta veemência e em desacordo com os mais de trinta que nos rodeavam, como sempre acontece, saiu fora e disse que não queria gravar.
Mais tarde soubemos tratar-se de um cidadão que sendo irmão de uma vereadora e esposo da Sra. Eliana Nunes, gestora daquela unidade de saúde, obviamente … Compreensível sua atitude, comentaram os vereadores!
Passando pelos corredores também ficamos sabendo que o hospital é hoje, em razão dos baixos salários que oferece uma das empresas do ramo em que existe a maior rotatividade de profissionais. Os recém formados, vem para cá, sujeitam-se aos baixos salários e poucos meses após, já com registro na carteira comprovando que trabalharam na área de saúde saem em busca de melhores empregos (em termos salariais).
Quem sofre com isto, são os pacientes! Aliás perguntou-nos um funcionário: vocês sabem que há mais de mês funcionamos sem ninguém no banco do sangue? Quem substituiu a Cleide?

Outra vítima, outro abuso!
Em uma das enfermarias, com a perna enfaixada com muitos hematomas pelo corpo e queixando-se de fortes dores, Reinaldo Aparecido de Freitas, 35 anos, aposentado e vítima de outro acidente também havido pela manhã na BR 354 passa por momentos nada fáceis.
Como reside em Campo Belo, embora seu acidente tenha ocorrido aqui no município e ele tenha sido encaminhado para aquelas? confortáveis e salubres instalações? de nosso Pronto Atendimento Municipal ? que funciona com verba do SUS – Sistema Único de Saúde ? a informação é a de que ele deve ser atendido, não aqui, mas lá em Campo Belo.
Seu pai e seu irmão que acompanham de perto o sofrimento nos garantiram que em contato com Campo Belo, a informação de lá é a de que o problema deve ser resolvido aqui. Enquanto isso, o ?coitado? sem alimento ou uma gota de água no estômago desde as 7 da manhã, aguarda pela misericórdia divina porque, se depender da boa vontade ou da burocracia do sistema de saúde local, ele, como tantos outros que se…
Os vereadores Mauro Cesar e Cabo Cunha, que a tudo acompanharam, provavelmente na próxima segunda-feira (10), lá na Câmara venham a se pronunciar mais uma vez a respeito.
E lá na porta do PAM, outro paciente chegava transportado por uma ambulância (???) branquinha, de sirene aberta anunciando para quem quisesse ver, o slogan em suas portas: SAÚDE COM MAIS QUALIDADE.

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