O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede) solicita à prefeitura que a volta às aulas, prevista para o dia 3 de fevereiro, seja adiada, devido ao grande número de infectados pelo coronavírus neste mês. Em texto publicado no site do sindicato, a entidade lembra que o número de internações subiu em um ritmo menor do que o contágio, mas a ômicron não pode ser desprezada.

“Como a cepa chega a ser 70 vezes mais contagiosa que o primeiro coronavírus, existe uma tendência de aumento nos números absolutos de internações e mortes. Essa mesma lógica de pensamento vale para crianças, que por não estarem vacinadas, passam a fazer parte dos grupos mais vulneráveis para a doença”, afirma o Sind-Rede.

O sindicato enumerou seis recomendações de medidas importantes para uma volta às aulas mais segura:

– Atrasar o retorno presencial das atividades letivas;

– Acelerar a vacinação das crianças;

– Tornar obrigatória a apresentação do cartão de vacinação de estudantes e trabalhadores;

– Ter uma ação direcionada para os que se negarem a vacinar;

– Garantir máscaras N95 ou PFF2 aos trabalhadores para atuarem presencialmente;

– Instituir um plano de testagem por amostragem de forma regular, para que haja de fato o controle da evolução pandêmica. No caso da Ômicron isso é ainda mais necessário visto o aumento dos casos assintomáticos.

No texto, o sindicato também pede que a administração municipal faça uma campanha de conscientização em nome da vacinação infantil contra a Covid. “A PBH não iniciou qualquer campanha massiva de conscientização e incentivo a vacinação infantil, o que seria extremamente necessário, já que o Governo Federal permanece jogando contra. Em Belo Horizonte, até sexta-feira (21) apenas de 23% das crianças com comorbidade haviam se vacinado”.

De acordo com a prefeitura, a previsão é que o ano letivo de 2022 tenha início somente em fevereiro e, sendo assim, ainda não é possível prever o cenário epidemiológico do próximo mês.O ano letivo começa em nove dias. 

“No momento, estão mantidos os protocolos vigentes para aulas presenciais. Apesar da diminuição do MR é preciso avaliar a tendência no decorrer das próximas semanas”, disse por nota.

O MR é o matriciamento de risco (taxa de normalidade), indicador que vem sendo usado desde junho de 2021 para definir os passos da retomada das aulas presenciais em Belo Horizonte. Neste momento, a taxa está em 68%, o que indicaria restrição ao modo presencial para o ensino superior.

“É importante considerar que todos os índices são diariamente acompanhados pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19. Qualquer agravamento na situação epidemiológica será tratado de forma devida, sempre com o objetivo de preservar vidas”, disse a prefeitura.

O Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-Minas), que defende os educadores da rede privada, deve se manifestar nesta quarta-feira (26) sobre o início do ano letivo. O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG) afirma que as instituições estão preparadas para receber os alunos com segurança, utilizando protocolos rigorosos.

Fonte: O Tempo

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