A última Feira Livre de Formiga foi realizada no dia 21 de março. Desde então, feirantes e produtores rurais da cidade não possuem permissão para vender suas produções nas vias destinadas à feira.

Para não ficarem sem renda, o presidente da Associação dos Feirantes, José Lopes, procurou o presidente da Câmara, Mauro César, para que o mesmo intercedesse junto à administração municipal para que alguma medida seja tomada.

Nessa quarta-feira (1º), Mauro César, José Lopes e a vice, Jaqueline Aparecida Oliveira Teixeira participaram de uma reunião com o coordenador do Banco Municipal de Alimentos, Anuar Teodoro Alves, e as representantes da Secretaria de Saúde, a médica infectologista Raquel Vaz e a enfermeira Berenice Penha.

José Lopes explicou que muitos agricultores estão com a produção parada, correndo o risco de perder tudo, além de diversas famílias estarem ficando sem rendimentos para arcarem com as despesas e seu sustento.

O produtor rural ainda questionou o fato de supermercados e sacolões, que vendem produtos similares vindos do Ceasa e de outras cidades, ficarem com as portas abertas e a Feira Livre ter de parar suas atividades.

Anuar explicou que a paralisação da Feira foi uma recomendação do Ministério Público, que considerou haver grande risco de disseminação do Covid-19 (coronavírus) no local, para evitar a aglomeração de pessoas.

Raquel Vaz ressaltou que, da forma como funciona a Feira Livre em Formiga, a propagação do vírus fica mais fácil, por causa da proximidade das pessoas. A médica ainda disse que supermercados e sacolões seguem protocolos sanitários recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde, sendo que tais medidas são difíceis de serem aplicadas na Feira.

Mauro disse entender a necessidade de seguir as orientações dos órgãos de saúde, mas observou que também é preciso garantir que as pessoas tenham sua renda para se manter e sustentar a família, e que é impossível manter a saúde num cenário de miséria e caos. “Não existem pessoas saudáveis dentro de uma economia doente”, disse.

O presidente da Câmara ainda sugeriu possíveis alternativas para realizar a feira e, ao mesmo tempo, atender as exigências para diminuir o risco de contágio da Covid-19.

No final da reunião, ficou decidido que os feirantes terão de aguardar mais duas semanas, até o dia 13, quando será realizada uma reunião do Comitê de Enfrentamento do Coronavírus para reavaliar a situação do vírus em Formiga. Nela, serão apresentadas as demandas do feirantes e debatidas possibilidades para que eles voltem a trabalhar.

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