Raciocinando sobre a pérola acima, dita pelo ministro Luis Roberto Barroso em resposta a um brasileiro que lhe fez um questionamento revestido de ares provocativos, em via pública de Nova York, aqui, ficamos a imaginar até que ponto teria aquela autoridade máxima do Judiciário Nacional, razão ao responder, digamos de forma, ao que nos pareceu, pouco educada ou nada convencional.
A pergunta pelo que entendemos versava sobre o comportamento do ministro ao deferir decisões que segundo o “interrogante” teriam influenciado nos resultados das eleições brasileiras. Isto porque o passado do vencedor do pleito se mostrara pouco recomendável e, inclusive, merecera por parte de Barroso e de outros “companheiros” de tribunal, a sua prisão por razões que eles expressaram de forma clara, alta e em bom som, durante aquela sessão longa e memorável quando não titubearam em mandar para a prisão um ex-presidente da República que, segundo eles, dentre outras “qualidades”, ostentava a de ser chefe de uma organização criminosa.
Pois bem: e se a pergunta em tela, houvesse sido feita de maneira mais educada, por exemplo, querendo apenas saber os motivos que levaram de uma só vez, o esvaziamento do tribunal aqui no Brasil, nesta semana, para que eles, os ministros, e sabe-se lá quantos convidados, escolhessem Nova York para explanarem exatamente sobre temas relacionados com a democracia vigente por aqui? Não seria mais produtivo e muito mais econômico, se tais falas tivessem ocorrido em solo pátrio e fossem transmitidas, quem sabe, pelas TVs Públicas para o conhecimento e melhor informação do povo brasileiro que, todos sabemos, tem ainda muita dúvida sobre as razões que levaram nosso Supremo a libertar alguém, ou melhor a tantos outros que, igualmente a ele, poucos anos antes, haviam sido condenados, em sua grande maioria, nas três instâncias, quando tudo foi confirmado por eles mesmos?
“Perdeu Mané, não amola!” Em respeito à ordem (suprema), mudamos já o rumo da prosa, na esperança de que as coisas por aqui se acomodem e a Constituição seja respeitada por todos.
Voltando o pensamento para o que ocorre nesta terrinha abençoada por Deus, lembramo-nos da frase “entre gregos e troianos” e, também buscando resposta para alguns questionamentos que parte da população do bairro Recanto da Praia tem trazido a público através da imprensa, ficamos a imaginar que realmente administrar e ao mesmo tempo atender a todos, não é nada fácil. O que é bom para os “gregos” nem sempre atende os interesses dos “troianos”.
No caso em tela, se de um lado há naquela região um certo número de moradores que, não faz muito tempo, reivindicavam, inclusive com o apoio de vereadores, as providências para a execução de obras de pavimentação no bairro, hoje, em outro lado, certamente alguns deles, em razão dos incômodos que as obras de grande porte lhes acarretam, elevam suas vozes e a grita também é grande. Todos reclamam, mas reconhecem que as obras são essenciais, mais que necessárias.
Porém, certo é que não há como se fazer escavação para implantar uma rede de captação de águas pluviais, sem produzir montões de terra. E tem mais, é preciso que ela, a terra, esteja ao lado das valas para que, uma vez implantada a rede, ela cubra as manilhas e as valetas, que no caso, conforme foi visto em certos pontos chegam a ter mais de 3 metros de altura. Junte-se a isto, a enxurrada produzida pelas fortes chuvas e está feita a festa! Barro, lama e enxurrada não são fáceis de se controlar!
Há inclusive ali, quem ateste que faltou planejamento! Do ponto de vista dos engenheiros e técnicos que assinam os projetos e acompanham as obras, isto não é verdade, pois, num terreno de solo fraco como aquele, não há como seccionar a obra em trechos mínimos. O próprio equipamento necessário para as perfurações para depois compactar a rede construída não permite tal “luxo”. Além disso, a largura das vias abertas há décadas é mínima e aí, valetas abertas chegam sim, próximas das fundações de casas que à época de suas construções foram feitas a revelia…
“Uma obra daquela extensão se fosse feita em “pedaços” ou respeitando apenas o período de estiagem, como muitos pregam, teria seu custo duplicado ou quem sabe triplicado, e isto sob a condição de que São Pedro respeitaria o período de estiagem que, todos sabemos, não mais funciona como no tempo de nossos avós”, conforme diz um engenheiro da empreiteira.
Aliás, por falar neles, os que reclamam diuturnamente, se hoje há um culpado pelos incômodos que alguns dali sofrem, o que é real, mas precisa de alguma forma ser relevado em nome do bem que a coletividade experimentará tão logo a obra esteja concluída, o débito deve recair sobre os ombros do, ou dos prefeitos que liberaram sabe-se lá quando, as edificações ou o loteamento. Ou se entende esta realidade ou corremos o risco de que os bairros aprovados há décadas, quando os prefeitos anteriores não cuidavam de implantar a infraestrutura necessária – redes de água, esgoto e escoamento de águas pluviais, estarão todos condenados a não receberem as melhorias que, a exemplo do Recanto da Praia, em breve, farão com que “o sofrimento” agora sentido, seja esquecido e se transforme num sentimento de alegria pela justa reivindicação, finalmente atendida!
Certo é que o serviço já executado não pode ser perdido. Como também, todos nós sabemos que a pressa, neste caso, é inimiga da perfeição. Os moradores daquela região ou de qualquer outra desta cidade, que queiram ou não, está sim, pipocando de obras por todos os bairros, certamente entendem que uma obra, por menor que seja, por exemplo, como a construção de um simples “puxado” no fundo de casa, depende de escavação para a fundação, local para se acomodar a terra, materiais outros e, isto é causador ou sinônimo de poeira no tempo de muito sol e também o é de barro e lama nos dias de chuva. Mas, uma vez concluída a “obra”, por menor que seja, é hora de comemorar e de usufruir dos benefícios projetados para ocorrerem a partir dela.
Se hoje fosse possível paralisar e enterrar as valas abertas onde ainda não foi concluído o serviço projetado (contratado) será que a população desta quadra, toparia esta solução? Não, claro que não! Até porque quando o restante estiver pronto e bem pavimentado, aqueles que optassem por esta não solução estranha, visando apenas o conforto pessoal de poder transitar com maior facilidade nas vias públicas hoje impedidas, em especial em razão das chuvas, lá na frente, quando comparadas as vias onde se realizaram os serviços conforme o projeto com a que hipoteticamente optou pela perda do que até então fora executado, eles certamente ouviriam da vizinhança até mesmo de forma bem sarcástica, um sonoro “perdeu, Mané!”
E sabem quando novos recursos e boa vontade para atendê-los chegariam? Nunca! O melhor agora é a minoria que se julga, e com razão, mais prejudicada, encontrar formas mais viáveis para minimizar os problemas que eles sabem e esperam podem ser de pouca duração. Viver em comunidade, exige sim, certos sacrifícios!