A Justiça da Itália decidiu manter presa a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que está detida em Roma desde julho. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (28) por um colegiado de juízes, que negou o pedido da defesa para que a parlamentar respondesse ao processo de extradição em liberdade.
Zambelli seguirá detida no complexo penitenciário de Rebibbia, na capital italiana. Segundo os magistrados, o risco de fuga da deputada caso fosse solta está em “grau máximo”. O tribunal também rejeitou os argumentos apresentados pela defesa, que alegava risco à saúde da parlamentar durante sua permanência na prisão.
Os juízes afirmaram que a unidade prisional dispõe de condições adequadas de atendimento médico, incluindo monitoramento básico e especializado, além de administração correta de terapias e medicamentos. Um laudo médico foi apresentado na audiência dessa quarta-feira (27), adiada anteriormente após Zambelli ter passado mal no dia 13.
Na última sexta-feira (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Carla Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma. O episódio ocorreu em outubro de 2022, na véspera do segundo turno das eleições, quando a parlamentar perseguiu um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma arma em punho, após uma discussão em uma rua de São Paulo.
A defesa nega que tenha havido crime e afirma que Zambelli possuía autorização para portar a arma. O processo ainda cabe recurso.
Esta é a segunda condenação da deputada neste ano. Em maio, o STF já havia sentenciado Zambelli a 10 anos de prisão, por unanimidade, por envolvimento na invasão de sistemas e adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto.
Foragida desde 29 de julho, Carla Zambelli é alvo de um pedido de extradição feito pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e incluída na lista de procurados internacionais da Interpol. A decisão sobre o retorno da parlamentar ao Brasil será tomada pela Justiça italiana, em um processo que pode durar de 18 meses a dois anos.
Com informações do jornal O Tempo