O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta segunda-feira (29) que em breve serão divulgados mais detalhes sobre a implementação de tarifas para móveis importados. Após o anúncio de taxas de até 50% sobre determinados produtos, Trump destacou a necessidade de proteger a indústria local e criticou a perda de mercado no estado da Carolina do Norte, onde a produção de móveis foi fortemente impactada pela concorrência de países como China e Vietnã.

Em uma postagem na rede social Truth Social, Trump afirmou que a nova medida visa recuperar o mercado de móveis da Carolina do Norte, que perdeu relevância no setor para outros países, especialmente a China. Ele afirmou que as tarifas serão aplicadas a qualquer nação que não fabrique seus móveis nos Estados Unidos. “Para tornar a Carolina do Norte, que perdeu completamente seu mercado de móveis para a China e outros países, grande novamente, imporei tarifas substanciais a qualquer país que não fabrique seus móveis nos Estados Unidos. Detalhes a seguir!”, escreveu Trump.

A medida inclui tarifas de 50% sobre gabinetes e balcões de cozinha importados e 30% sobre móveis estofados, com previsão de entrada em vigor a partir de 1º de outubro. A imposição dessas tarifas visa dificultar a importação de produtos de países que, segundo Trump, não produzem móveis nos EUA. No entanto, o impacto sobre o mercado americano poderá ser significativo, já que muitas empresas dependem da importação de móveis da China, México e Vietnã.

Especialistas do setor já expressaram preocupação com o aumento das tarifas, principalmente em relação à capacidade limitada de manufatura nos Estados Unidos. Durante teleconferências de resultados, executivos de grandes empresas, como a Williams-Sonoma e a RH (antiga Restoration Hardware), manifestaram seus receios de que as tarifas elevadas possam levar a aumentos de preços em uma variedade de produtos, afetando não apenas os móveis, mas também outros itens de consumo, como roupas e eletrônicos.

Impacto no setor de móveis brasileiros 

O setor de móveis brasileiro, que tem nos Estados Unidos seu principal destino de exportação, já começa a sentir os efeitos das novas tarifas. De acordo com empresários do ramo, as exportações para o mercado norte-americano começaram a ser paralisadas em julho, logo após o anúncio do “tarifaço”. A Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) já havia expressado preocupação com a dinâmica das exportações, especialmente em estados do Sul e Sudeste, onde o impacto é mais acentuado.

Em 2024, os Estados Unidos foram responsáveis por 27,6% das exportações brasileiras de móveis e colchões, consolidando-se como um mercado estratégico para a indústria nacional. A Abimóvel destacou que, com o aumento das tarifas, o setor enfrenta um cenário de incerteza, o que pode prejudicar ainda mais as vendas para o exterior e afetar a competitividade da indústria brasileira no mercado global.

A decisão de Trump de aumentar as tarifas sobre móveis importados pode ter consequências significativas para a indústria tanto nos Estados Unidos quanto em outros países exportadores, como o Brasil. Enquanto a medida visa fortalecer a produção interna americana, o impacto sobre as empresas e os consumidores pode ser severo, especialmente com a escassez de capacidade de manufatura nos EUA. Para o Brasil, o aumento das tarifas representa um obstáculo adicional para um setor que já enfrentava desafios com a dinâmica das exportações para o mercado norte-americano. O cenário permanece incerto, e os próximos detalhes divulgados por Trump serão fundamentais para entender a extensão das medidas e seus efeitos globais.

Com informações do jornal o Tempo

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