O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou nesta quarta-feira (1º) o início das comemorações natalinas no país. Pelo segundo ano consecutivo, o governo antecipa oficialmente o Natal, sob o argumento de promover o “direito à felicidade” e impulsionar a economia por meio de atividades culturais, comerciais e festivas.

Durante transmissão na TV estatal, Maduro afirmou que o Natal começa oficialmente em 1º de outubro na Venezuela, destacando elementos tradicionais da celebração, como música típica (villancicos e gaita), comidas como a hallaca e eventos culturais. “É a forma de defender a felicidade. O direito à felicidade”, declarou o presidente.

A medida repete o que já havia sido feito em 2022, quando Maduro também antecipou as festividades natalinas. No entanto, a primeira vez que o Natal foi adiantado no país ocorreu em 2013, logo após Maduro assumir a presidência. Desde então, pontos turísticos e estruturas importantes, como o Fuerte Tiuna — complexo militar estratégico — passaram a ser decorados já no início de outubro.

No ano passado, a antecipação foi justificada como uma “homenagem” e “agradecimento” ao povo venezuelano pelas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho, cujo resultado foi amplamente contestado por parte da comunidade internacional, que denunciou fraude eleitoral e classificou o regime de Maduro como autoritário.

Tensões internacionais e críticas internas:
O decreto ocorre em um momento de acirramento das tensões entre Venezuela e Estados Unidos. Navios de guerra americanos operam nas águas internacionais do Caribe, próximas ao país. O governo Trump já anunciou ataques a três embarcações supostamente venezuelanas, acusadas de transportar drogas.

Washington justifica a operação como parte do combate ao narcotráfico, argumento que sustenta desde que passou a considerar Maduro como líder do cartel de drogas conhecido como “Los Soles”.

Internamente, a decisão de antecipar o Natal também gera críticas. A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV), que reúne os bispos do país, se manifestou contra a medida no ano passado. Para a entidade, o Natal é uma celebração de caráter universal e não deve ser usada como ferramenta de propaganda política.

Com a nova antecipação do Natal, o governo Maduro busca criar um ambiente de festividade e otimismo em meio a um cenário de instabilidade econômica e tensões diplomáticas. Enquanto o regime aposta no simbolismo das datas para reforçar sua imagem junto à população, opositores e parte da comunidade internacional seguem denunciando o uso político da celebração religiosa.

Com informações do Metrópoles

COMPARTILHAR: