O Ministério do Planejamento enviou ao Congresso uma atualização das variáveis econômicas que embasam o Orçamento, trazendo uma revisão importante: a projeção do salário mínimo para 2026 foi reduzida de R$ 1.631 para R$ 1.627. A queda de R$ 4 reflete o comportamento recente da inflação, que vem avançando em ritmo menor do que o previsto anteriormente.

Segundo o governo, o recuo estimado do piso salarial decorre do esfriamento dos preços, já identificado tanto em relatórios oficiais quanto em projeções de mercado. Como o reajuste do salário mínimo segue a variação do INPC e o crescimento do PIB, a desaceleração inflacionária reduz automaticamente o valor calculado para os próximos anos.

Caso a nova previsão se confirme, o salário mínimo de 2026 representará um aumento aproximado de 7,2% em relação ao valor atual, de R$ 1.518. O número final, porém, depende da divulgação do INPC acumulado até novembro, prevista para ser realizada nos próximos dias.

Apesar do impacto direto do mínimo sobre despesas obrigatórias — como aposentadorias, pensões, seguro-desemprego e abono salarial — o Ministério do Planejamento não pediu ajustes adicionais nessas projeções. A pasta indicou que eventuais correções deverão ser avaliadas pelo Congresso ao longo da tramitação orçamentária.

A política de reajuste retomada pelo governo Lula no ano passado combina reposição integral da inflação pelo INPC com ganho real atrelado ao crescimento do PIB. Contudo, o arcabouço fiscal impõe um limite: o aumento só pode exceder a inflação em até 2,5%. Essa trava impede que o salário mínimo avance além desse teto, mesmo em cenários de expansão econômica mais robusta.

Com inflação mais baixa e regras fiscais que limitam reajustes acima de determinado patamar, o governo recalculou o valor projetado do salário mínimo para 2026, resultando em uma redução discreta, porém relevante para o planejamento orçamentário. A revisão, embora pequena, deve alimentar discussões no Congresso em um contexto de debates crescentes sobre despesas públicas e responsabilidade fiscal.

Com informações do O Tempo

 

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