Todos sabemos e testemunhamos o quanto foi enfático e assertivo o então candidato, Luís Inácio Lula da Silva, quando ainda em campanha, ao responder a questionamentos a ele dirigidos pela imprensa, afirmou e garantiu, publicamente, que o direito ao multiuso das águas de Furnas, seria garantido a todos os mineiros.  Disse ter certeza de que elas (as águas), seriam a mola propulsora do incremento das atividades turísticas e de diversas outras fontes geradoras de renda ao se garantir o multiuso das mesmas e não delas nos servirmos apenas para a geração de energia limpa. O uso múltiplo, o controle de vazão e a preservação dos mananciais seriam prioridades na política governamental, tão logo ele assumisse a presidência.

Aliás, na mesma ocasião, diversos de seus colaboradores, fizeram coro com ele e ecoaram a boa nova em centenas de pronunciamentos.  Hoje muitos destes compõem o primeiro escalão do atual governo, exercendo cargos de ministros de importantes pastas, chefiando outros poderes ou dirigindo agências e autarquias que regulam as políticas do uso e manejo de nossas águas.  As argumentações então defendidas e que, ao que tudo indica, foram levadas ao conhecimento de Lula, certamente o influenciaram para a histórica decisão de vir a público garantindo ao povo mineiro que as injustiças até então impostas a todo nós, teriam logo o seu fim decretado, após sua vitória.

Ao reconhecer o prejuízo imposto aos mineiros pela adoção de políticas equivocadas, isto ao longo de décadas, constatou o equívoco que de forma clara e inexplicável, serviu unicamente para beneficiar outras unidades da federação, que “nadaram de braçadas” nas águas saqueadas da bacia de Furnas para alimentar outros cursos d`água a jusante. Assim sendo, em direção ao Sul do país, privilegiou-se empreendimentos ali instalados e se promoveu em Minas, a quebradeira, o desemprego e vultosos prejuízos sócio econômicos a uma vasta e antes próspera região.  Com o posicionamento de Lula externado durante a campanha reascendeu em Minas, em especial na vasta região de influência do Lago de Furnas, a esperança de que, finalmente, as populações abrigadas em mais de uma centena de municípios, repetimos, pudessem ter a certeza de que seus gritos de socorro ecoados através de entidades diversas e de associações como a Alago e outras e das publicações de centenas de milhares de postagens publicadas pelos grupos que se formaram através das redes sociais, atingiram seu objetivo: chegaram ao conhecimento das autoridades que de fato poderiam resolver o problema.

Houve sim, com esta forma democrática e moderna de agir, a mostra da força para que a nossa indignação fosse levada ao conhecimento de Lula. Se a grita foi grande e por ser justa e reconhecida a reivindicação, é óbvio que o candidato a presidente e sua equipe, só poderiam mesmo, abraçarem a causa. Foi o que eles fizeram e logo acenaram com a garantia de que, uma vez eleito, a questão estaria resolvida!

Pois bem: o primeiro ano do mandato de Lula já se foi. A ANA e outros penduricalhos, ao que nos parece, continuam defendendo a mesma cantilena que por  décadas ignorou os interesses mineiros.

É hora dos nossos deputados federais e estaduais, dos ministros, em especial do mineiro Alexandre Silveira e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, dos demais senadores, dos deputados mineiros e dos dirigentes de agências e autarquias, de agirem com firmeza, se somando todos, em favor da luta dos mineiros. Ela, se resume apenas na defesa do cumprimento pelo ilustre presidente, de uma promessa por ele feita.

Mãos à obra e em grupo, por favor, lembrem ao nosso presidente que os mineiros, aqueles mesmos que se sentiram traídos durante décadas por muitos “politiqueiros”, inclusive por alguns que antecederam aos senhores nos honrosos cargos que vocês hoje ocupam, não mais tolerarão o abandono, o não cumprimento de promessas. Se hoje os senhores tem o mando e o poder em suas mãos, é hora de agirem em nosso nome. Reafirmamos que mais uma vez acreditamos e esperamos a palavra empenhada, publicamente, pelo presidente Lula, também  endossada pelos senhores, surta os efeitos esperados. Que tudo se resolva bem antes das eleições municipais que, como todos os senhores sabem, farão de nós todos, aliados, destemidos defensores deste governo que, afinal de contas, terá prometido e corrigido um erro que por décadas, tem causado sofrimento, incertezas e prejuízo ao povo mineiro ao privilegiar investimentos e progresso em outros estados.  Não pedimos muito, e Lula, quando ainda em campanha assim como hoje, sabe disto! Queremos apenas que a Constituição, em especial no que toca ao multiuso de nossas águas, seja cumprida. Basta isto para se garantir a sobrevivência mais digna de um enorme contingente de eleitores, ao atrairmos investimentos, criando emprego e renda, além de ofertarmos em múltiplas atividades (turismo, pesca, hotelaria, agricultura, pecuária, entretenimento, etc.) novos empregos.

A população mineira sabe muito bem que foi espoliada, enganada e perseguida por décadas de desgoverno imposto por burocratas das agências reguladoras que deram mostras de sua incompetência ao descumprirem a legislação vigente e não zelarem pelo sonho de JK, pois sabido é que: quando ele concebeu e criou Furnas, era para que este empreendimento viesse a ser a mola propulsora para o desenvolvimento desta extensa região! Menos mal, pois hoje, a mesma população, acredita que, finalmente, pelas palavras de Lula, a redenção, o progresso, a certeza de dias melhores estão a caminho!

A solução é simples, senhor presidente: determine, dentro da lei, que se cumpra a Constituição. Que se revise logo o que já deveria ter sido feito há muito tempo. Que se corrijam os limites de uso previstos e autorizados pela Outorga concedida.

 

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