Bastante peculiar imaginar a história de uma ferramenta de sociabilização virtual fazendo sucesso no cinema, ao invés do sucesso na rede mesmo. Mas a Sony Pictures, ao lado do diretor David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button), desembolsou US$ 47 milhões e, juntos, decidiram arriscar e mostrar a trajetória do Facebook, a rede social mais influente e popular dos últimos anos no mundo, desde sua criação até o fenômeno milionário em que se tornou hoje.
The Social Network (A Rede Social), que estreia hoje no Brasil, conta a história dos jovens Mark Zuckerberg, Sean Parker e Eduardo Saverin, os estudantes de Harvard que criaram a ferramenta. Os atores Jesse Eisenberg (Zumbilândia) e Andrew Garfield (O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus) e o músico Justin Timberlake fazem os personagens principais. O ator Kevin Spacey (Beleza Americana), um dos produtores do projeto declarou que fazer o filme foi muito mais divertido do que muita gente possa imaginar.
Situada no competitivo universo de Harvard ? melhor e mais antiga universidade dos Estados Unidos ?, a gênese do Facebook, em 2004, é uma trama de intriga, disputa e traição. Zuckerberg foi acusado de roubar a ideia dos gêmeos remadores Cameron e Tyler Winklevoss, com quem trabalhou por um breve período. Depois, ainda, foi processado por seu melhor amigo, o brasileiro Eduardo Saverin, cofundador do Facebook e que viu sua participação na empresa diminuir radicalmente. Antissocial, maneirista e, há quem diga, até com um leve autismo, Zuckerberg é um desafio de ser interpretado, tarefa que Eisenberg desempenha com louvor.
Em entrevista ao portal iG nesta semana, o ator de 27 anos explicou que fez o teste para o papel antes mesmo de ver uma foto de Mark. ?Quando li o roteiro do Aaron Sorkin soube tudo o que precisava sobre o personagem. Sorkin é um dos maiores escritores de todos os tempos e acho que esse é seu melhor trabalho. O roteiro é tão incrível que se fosse um personagem ficcional, eu teria tudo para ir em frente.?
Como Zuckerberg não é fruto da ficção, Eisenberg disse ter pesquisado muito a respeito. Com ajuda da equipe de produção, foi atrás de tudo o que podia: fotos, e-mails, textos de blog, vídeos e leu o livro ?Bilionários por Acidente?, de Ben Mezrich, que inspirou o roteiro. Só não encontrou o presidente do Facebook, que desde o início foi contra o livro e o filme. Disso tudo, Eisenberg mimetizou o personagem e, garante, consegue até compreendê-lo. Ou pelo menos tenta. ?Sinto que consigo compreender. Não sei. Na verdade, não conheço a pessoa real, mas tenho grande compreensão do personagem. Um cara que muitas vezes não se sente confortável em situações sociais, embora seja muito criativo. Então, ao invés de se sentir mal por não se dar bem com outras pessoas, ele cria coisas incríveis. Uma delas foi o Facebook. Quando estava no colégio, a Microsoft tentou comprar um dos programas dele por 1 milhão de dólares. É alguém que está constantemente criando, o que é uma inspiração para mim.?, disse o ator.

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