Os aditivos, que são as revisões realizadas em projetos de infraestrutura, encareceram obras em rodovias federais mineiras em R$ 490 milhões apenas nos últimos quatro anos. Desde 2007, quando o governo federal anunciou a liberação de recursos para reformas de diversas rodovias brasileiras, até hoje, os investimentos previstos para obras nas BRs 040, 381 e 262 – que abrange o Anel Rodoviário de Belo Horizonte – saltaram de R$ 1,36 bilhão para R$ 1,85 bilhão apenas com a inclusão de aditivos, um aumento de 36%.
Os dados estão publicados nos sites do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Diário Oficial da União.
Há quatro anos, o então presidente Lula anunciou um pacote de investimentos no setor de infraestrutura. Entre os projetos previstos, na época, estavam a duplicação da BR-381, no trecho de 70 quilômetros entre Belo Horizonte e Barão de Cocais, na região Central de Minas; a reforma da BR-040, entre Ouro Preto e Ressaquinha, em um trecho de 120 quilômetros; além da revitali-zação do Anel Rodoviário da capital, nos trechos sob jurisdição do Dnit, na BR-262.
Para essas três obras, o governo reservou R$ 1,36 bilhão em recursos, sendo que as obras tinham prazo de conclusão para, no máximo, dezembro do ano passado – o que, percebe-se, não foi cumprido. Desse montante, R$ 580 milhões seriam utilizados nas obras da BR-381, outros R$ 290 milhões, nas melhorias da BR-040 e, para a revitalização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, mais R$ 490 milhões.
Aditivos
De lá para cá, pelo menos 36 aditivos foram acrescidos às três obras, segundo levantamento feito com auxílio do site Contas Abertas. Um aditivo representa, necessariamente, algum tipo de reajustamento ou alteração de serviço. Nem sempre, porém, um aditivo encarece o empreendimento. A revisão de um projeto pode, por exemplo, alterar apenas o prazo de conclusão da obra. No caso das reformas nas três rodovias mineiras, porém, os aditivos se reverteram em aumento de custos.
Em relação à BR-381, o orçamento para duplicação da rodovia ficou R$ 220 milhões mais caro em razão de 11 aditivos, alta de 37,9%, o que elevou para R$ 800 milhões as despesas da obra. A BR-040 teve seus custos dilatados em R$ 60 milhões, o que representa aumento de 20,6% no preço do projeto, que, agora, está orçado em R$ 350 milhões, com a incorporação de 19 aditivos. Já a BR-262, apenas no trecho do Anel, teve um acréscimo de R$ 210 milhões na planilha de despesas por meio de seis aditivos. Hoje, a obra custa R$ 700 milhões aos cofres públicos, 42,8% a mais que a previsão inicial.

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