Lorene Pedrosa
Enquanto cidades da região Centro-Oeste de Minas ligam o alerta vermelho devido a confirmação de casos de febre maculosa, em Formiga, ao menos até agora, tudo parece estar bem e sob controle. Em Divinópolis, três pessoas morreram e um quarto caso da doença já foi notificado. Em Itaúna, outras três mortes também foram confirmadas. Em Pará de Minas, um caso foi registrado e o paciente se recuperou.
Em Arcos, por precaução, o Setor de Epidemiologia da Prefeitura, após constatar uma infestação de carrapatos, determinou a interdição, por tempo indeterminado, do Parque Aquático Municipal Adriano Carlos de Oliveira. Na cidade não há casos suspeitos da doença.
A interdição de áreas de infestação de carrapatos também vem sendo adotada nas cidades onde já foram registrados os casos. Em Divinópolis, está sendo estudada a mudança de local da Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro que atende 250 alunos, após uma das estudantes, de 8 anos, ser diagnosticada com a doença.
Em Formiga, com áreas de grande circulação de capivaras, que entre outros animais, são hospedeiras da bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pela picada do carrapato-estrela e causadora da febre maculosa, até o momento nenhuma análise ou atividade preventiva foi anunciada.
Em entrevista ao Nova Imprensa, a coordenadora do Setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Dalva da Costa, informou que até o momento, nenhuma ação preventiva vem sendo realizada em Formiga com relação à febre maculosa, mas que o setor está monitorando a situação.
Capivaras podem ser encontradas em vários pontos do município, incluindo área urbana como nas proximidades da Lagoa do Fundão. No distrito de Ponte Vila, a presença dos roedores também é comum, o que se repete em várias outras áreas, banha-das pela represa de Furnas.
Área onde se encontram capivaras com muita facilidade e onde, não faz muito tempo, foram contabilizados mais de 70 exemplares da espécie, o Clube Centenário de Formiga vem insistentemente buscando alternativas junto à Secretaria de Gestão Ambiental e o Ministério Público para saber como proceder diante do grande número de animais que vivem na área, o que, diante das notícias de aparecimento dos casos de febre maculosa, vem preocupando boa parte dos associados. No local, é tão frequente a presença das capivaras que foram instaladas placas (foto) para que motoristas redobrem a atenção para evitar atropelamentos dos animais que costumam ser muito dóceis.
De acordo com a gerente do clube, Núbia Chagas, das reuniões com os órgãos competentes, a única autorização foi de pulverizar as áreas próximas para controle de carrapatos com produtos que não contaminem a água e nem causem danos às capivaras. A última pulverização ocorreu a cerca de 45 dias. O clube ainda aguarda decisão mais definitiva para o problema.
O jornal entrou em contato com a secretária de Gestão Ambiental, Giovana Borges na tarde de quarta-feira (5) para saber sobre o andamento das ações para controle das capivaras que vivem nas áreas dos clubes. Segundo Giovana, de fato há uma grande família desses roedores nas proximidades do Clube Centenário, mas que informações detalhadas sobre o caso só pode-riam ser dadas pela veterinária Fernanda, que já havia encerrado o turno de trabalho.
Doença do carrapato
A febre maculosa, ou febre do carrapato, é causada por uma bactéria que se hospeda em três espécies de carrapatos, sendo o mais comum, o carrapato-estrela. O aracnídeo, por sua vez, é encontrado em animais silvestres e domésticos.
Os primeiros sintomas da doença como: febre, vômito, dor muscular e manchas vermelhas pelo corpo, aparecem após sete dias da picada e podem acarretar falências renais e hepáticas e até a morte, caso não sejam tratados a tempo.
Não só o carrapato adulto, mas também a larva e a ninfa do carrapato podem transmitir a febre maculosa e o controle do aracnídeo é a única forma de se evitar a proliferação da doença.
Com informações do G1