A Câmara Municipal de Juiz de Fora, na Zona da Mata, recebeu, na manhã desta segunda-feira, a carta de renúncia do prefeito Alberto Bejani (PTB). O político, que foi preso pela Polícia Federal pela segunda vez, não resistiu à pressão causada pelas denúncias de corrupção envolvendo a prefeitura. Há indícios de fraudes para aumentar as tarifas de transporte público do município.
As denúncias deram origem a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal. Os vereadores investigam a existência de relações obscuras entre o prefeito, que está preso em Belo Horizonte, e empresários que exploram o transporte coletivo em Juiz de Fora.
Se fosse cassado pelos parlamentares, Bejani ficaria, no mínimo, oito anos proibido de disputar eleições. Em caso de renúncia, embora não se livre dos processos criminais, tem condições de concorrer, em 2010, a um mandato de deputado. Com a renúncia, o vice-prefeito, José Eduardo Araújo (PR), assume o comando da prefeitura.

Suspeitas atrás de suspeitas
Em abril, Alberto Bejani foi preso durante a Operação Pasárgada, que investigava fraudes para liberação irregular do Fundo de Participação de Municípios (FPM). Outros 16 prefeitos foram presos, mas somente o chefe do executivo de Juiz de Fora ficou detido por 14 dias na Penitenciária Nelson Hungria, na Grande BH.
Na época, os policiais federais encontraram R$ 1,1 milhão em notas de R$ 50 e R$ 100 na casa do prefeito. Bejani disse que o dinheiro era fruto da venda de uma fazenda, mas a informação, segundo a polícia, é falsa.
A investigação sobre a origem do dinheiro resultou na Operação De Volta Para Pasárgada, na semana passada. Desta vez, o prefeito foi detido junto com empresários suspeitos de pagar propina para conseguir aumentar o valor da passagem de ônibus.

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