O PT de Minas Gerais aprovou ontem a aliança do partido com o PSDB para a sucessão em Belo Horizonte. Logo depois do resultado, o prefeito Fernando Pimentel (PT) articulador da dobradinha cantava vitória até mesmo no diretório nacional do partido, que ainda não tomou uma decisão sobre o caso. Com gritos, discussões e um clima tenso, 29 petistas do diretório deram aval ao projeto do prefeito e do governador Aécio Neves (PSDB) de lançar à prefeitura o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Marcio de Lacerda (PSB), em uma coligação que une PT e PSDB.
O placar foi apertado e gerou muita confusão. O presidente do partido no Estado, Reginaldo Lopes, informou que o resultado oficial foi de vitória por 29 votos, sendo que 26 petistas votaram contra a dobradinha e três se abstiveram. As abstenções foram do deputado Weliton Prado e militantes de seu grupo. O diretório é composto por 61 integrantes, mas alguns petistas saíram da reunião antes da votação ou preferiram não se manifestar.
Os aliados de Pimentel acreditam que o resultado favorável, mesmo apertado, vai pressionar os petistas da ala nacional da sigla a aprovarem a dobradinha com os tucanos. Estamos muito confiantes que o mesmo resultado que obtivemos no diretório estadual vai se repetir no nacional, disse o deputado federal Virgílio Guimarães.
Já os interlocutores do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT), e a esquerda da legenda, que são contrários à tese, esperam que o placar os favoreça. O ex-deputado Rogério Correia disse que vai procurar o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, para pedir a manutenção do veto à aliança feito pela a ala nacional. O resultado mostra que o PT está dividido em Minas, o que nos favorece. Vamos falar com Berzoini que agora, mais do que nunca, existe a necessidade de intervenção nacional do partido, ameaçou Correia.
Agora temos um refrão: partido dividido é dos trabalhadores, ironizou o deputado estadual André Quintão, interlocutor de Patrus.
Durante toda a reunião, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, assim como seu colega Luiz Dulci, tentaram reverter a eminente derrota. Nos bastidores, eles fizeram vários contatos telefônicos para petistas do diretório. Pimentel também teria pressionado a militância.
Polêmica. O resultado oficial da reunião provocou muita polêmica. O grupo ligado a Patrus afirma que foi contado um voto a mais em prol da dobradinha, o do presidente Reginaldo Lopes, que pelas regras do PT, não poderia se pronunciar. Lopes nega a acusação. Já os interlocutores de Pimentel disseram que foi contado um voto a menos em favor da tese.

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