Uma equipe formada por estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) venceu uma competição nos Estados Unidos ao apresentar uma aeronave não tripulada e movida por combustível. Os alunos das engenharias Mecânica e Aeroespacial disputaram com mais de 70 equipes, formadas por estudantes de todo o mundo. O concurso ocorreu entre sexta-feira (27) e domingo (29), em Marietta, na Georgia, nos Estados Unidos. Em outubro de 2011, o grupo composto por 11 alunos e um piloto já havia ganhado uma competição nacional.
O orientador da equipe, o professor Paulo Iscold, comemora o resultado. ?Vencemos times dos Estados Unidos, Canadá, China, India e de universidades brasileiras. Um grande trabalho dos nossos alunos?, afirma.
O avião não tripulado é feito basicamente de madeira, alumínio e náilon e tem 3,20 metros de envergadura; 1,5 metro de comprimento e 40 centímetros de altura. A aeronave ganhadora foi batizada como ?Triton?. O nome surgiu pelo fato de o avião ter na cauda estabilizadores triplos que se assemelham a um tridente.
De acordo com Bruno Arruda Alves, um dos integrantes da equipe, após a vitória no campeonato nacional em 2011, outro modelo de avião foi desenvolvido. ?As regras nos Estados Unidos são diferentes. Fizemos outro projeto. O que vale na competição lá [nos EUA] é o quanto de peso que a aeronave pode carregar?, disse. Segundo a UFMG, o objetivo da disputa era montar um avião com o menor peso possível e capaz de transportar mais carga durante o voo.
Alves explica ainda que a diferença desta aeronave para um avião de controle remoto comum é conseguir chegar ao extremo da potência e da aerodinâmica. ?A competição tem um limite de potência. O avião de controle remoto comum tem muita potência, mas carrega pouco peso?, afirmou. Os participantes são julgados em três quesitos: quantidade de peso que aeronave pode carregar durante um voo; relatório que explica a construção da aeronave e apresentação oral.
Conhecimento e competição
A UFMG já participou da competição nos Estados Unidos por duas outras vezes. Em 2006, a equipe da universidade voltou com a medalha de ouro e, em 2009, ficou em segundo lugar. Os vencedores recebem troféu e prêmios em dinheiro.
De acordo com Alves, a UFMG ajuda a equipe com o conhecimento, o espaço para trabalhar e uma parte financeira. Outro integrante da equipe, Rodrigo Amorim Torres, explicou que o projeto é de extrema importância para a aplicação do conhecimento adquirido ao longo do curso. ?A teoria é aplicada para construir a aeronave. O projeto é praticamente igual à construção de uma aeronave tripulada?, falou o aluno, que disse ter aprendido bastante com o projeto.
Os alunos dos cursos de Engenharia Mecânica e Aeroespacial dizem que já estão preparando uma nova aeronave para a competição nacional, que será realizada em outubro deste ano.

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