Animação hoje em dia virou sinônimo de animaizinhos tridimensionais falando e fazendo bilhões nas bilheterias dos multiplexes. Mas nem só dos pixels de ouro de Hollywood vive a técnica. E é para reconhecer os trabalhos de ponta realizados na área em todo o mundo que o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File) realiza, desde 2011, o File Anima+. E na sua edição belo-horizontina em 2014, o evento traz na bagagem uma boa amostra do festival realizado em São Paulo.
?Procuramos apresentar animações que não sejam mainstream, aquelas que o público não têm tanto acesso como as que estão sendo ou foram exibidas nos cinemas?, afirma a curadora Raquel Fukuda. Para a capital mineira, ela selecionou 54 trabalhos, que integraram não só o File de São Paulo, mas também dois grandes parceiros do evento: o Japan Media Arts Festival e o SIGGRAPH, um dos mais importantes eventos de computação gráfica do mundo.
Segundo Fukuda, apesar de o mainstream focar atualmente em animações 3D, especialmente depois dos consecutivos sucessos da Pixar e Dreamworks, existem muitos artistas explorando novas fronteiras mundo afora, em produções dos orçamentos mais variados, desde filmes publicitários, clipes musicais a trabalhos de conclusão de curso de estudantes. ?As produções estão em crescimento exponencial, seja pela amplitude de técnicas, com novos softwares que democratizaram a maneira de se pensar e fazer animação, seja em experimentações sem foco comercial no qual o animador pode trabalhar da forma que quiser, seja no aumento do número de animações autorais, que ao meu ver, é algo maravilhoso?, elabora.
E a curadora afirma que, no Brasil, com a crescente demanda por conteúdo audiovisual local, a situação não é muito diferente. ?Novos diretores vêm surgindo com trabalhos de altíssimo nível?, argumenta. Tanto que, para Fukuda, um dos destaques do File Anima+ em Belo Horizonte é o curta ?Faroeste: Um Autêntico Western?, do brasileiro Wesley Rodrigues.
Além dele, a curadora reforça que o público não deve perder ??I?m Also a Bear?, do diretor japonês Tsuneo Goda, ?um lindo filme para toda a família?; e o 3D inglês ?Release Your Imagination?, que ?nos faz repensar a criatividade?.
Diferente de outros braços do File, como as instalações, jogos e robôs, o festival de animação não é tão interativo. Por isso, ele acaba estabelecendo uma relação mais tradicional com o público, convidado a ocupar o velho lugar do ?espectador?. Mas Fukuda não vê nenhum problema nisso.
Programe-se
File ? Festival de Linguagem Eletrônica
Onde: Oi Futuro ? avenida Afonso Pena, 4.001, Mangabeiras
Quando: De 28 de abril a 1º de junho
Entrada gratuita

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