Aprovados na primeira etapa da prova objetiva do concurso para investigador da Polícia Civil de Minas Gerais, realizado em 2021, cobram a convocação dos candidatos a fim de suprir o déficit de 6 mil investigadores na instituição.
Conforme a Comissão dos Aprovados Investigador PCMG, organização que reúne os candidatos, são cerca 3 mil pessoas aptas a realizarem as próximas etapas do processo e que podem suprir essa deficiência no número de servidores. Procurada, a instituição policial informou, por nota, que o seu quadro de servidores está sendo “reforçado continuamente”.
“A lei orgânica da Polícia Civil diz que em seu quadro tem que constar 11.301 investigadores. Porém, na ativa, hoje, tem cerca de 5 mil. É um número muito abaixo daquilo que foi estabelecido e que a instituição precisa”, relatou um membro da constituição, que foi aprovado na primeira etapa da prova objetiva do concurso para investigador, realizado em dezembro de 2021, mas que pediu anonimato na denúncia.
Conforme a Comissão, entre os candidatos que participaram do processo, 300 foram selecionados para avançar às próximas etapas. Deste total, 30 participaram do curso da Academia de Polícia Civil de Minas Gerais (Acadepol). “Esses já estão trabalhando. Sobraram então os 197, que já passaram por todas as fases e agora estão no curso de formação. Logo que terminarem, serão chamados para trabalhar”, acrescenta.
Para o membro da Comissão, além de suprir o déficit de investigadores na instituição, a convocação dos candidatos aprovados na primeira etapa da prova objetiva pode representar uma economia aos cofres públicos. “Esse processo custou cerca de 12 milhões e a validade dele é só até junho do ano que vem. Se não convocar essas pessoas, será feito um outro concurso e o Governo terá que gastar ainda mais com o processo”, destaca o denunciante.
Ele aponta que o grupo já se reuniu com a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, a delegada-geral Letícia Gamboge. No encontro, segundo o denunciante, Gamboge se mostrou favorável à convocação dos candidatos e a ampliação do prazo de validade do concurso. “Seriam mais investigadores aptos, sem a necessidade de fazer um outro processo, com mais gastos. À medida que o Estado for precisando, ele pode convocar”, justifica.
Procurada pelo jornal O Tempo sobre o pedido dos candidatos aprovados no concurso de 2021, a Polícia Civil destacou que, no momento, acontece a formação dos servidores aprovados e nomeados neste concurso, de outubro de 2021, voltado para as carreiras policiais, e outro de abril de 2022, que selecionou trabalhadores administrativos da instituição. As nomeações acontecem conforme a ordem de classificação prevista nos editais.
“Os novos servidores incrementam os quadros da Polícia Civil e reforçam a segurança pública em Minas Gerais nos trabalhos de polícia judiciária e prestação de serviços. A formatura dos servidores administrativos ocorreu no dia 31 de julho. Atualmente, está acontecendo a formação de servidores aprovados e nomeados nos concursos em vigor para as carreiras policiais, conforme ordem de classificação prevista no edital, publicado em outubro de 2021”, detalha.
Instituição recebeu mais de 1,5 mil trabalhadores em 4 anos
Na nota enviada ao jornal O Tempo, a Polícia Civil lembra ainda que, entre 2019 e 2022, a instituição teve um acréscimo de 1.594 servidores. “As nomeações recentes foram autorizadas devido à vacância de cargos das carreiras policiais e administrativas da Polícia Civil ocorrida nos últimos anos, em virtude de aposentadorias, falecimentos e exonerações”, completou.
Fonte: O Tempo