Com os termômetros marcando 14° em Buenos Aires, poucos argentinos saíram de casa na manhã deste domingo (23) para votar. A capital do país, que escolhe hoje o novo presidente, tinha pouco movimento nas ruas, cafés e sessões de votação.
Num dos grandes colégios de votação da capital, a sede da Secretaria de Educação, na Avenida Santa Fé, onde votam cerca de 5 mil eleitores, houve um atraso de 20 minutos esperando a chegada de alguns chefes de sessão. Mesmo assim, poucas pessoas aguardavam a hora de votar.
?É uma eleição decepcionante?, disse a psicóloga Cecília Bravo, 37, uma das primeiras a deixar o local de votação junto com o filho Jaime, de 3 anos. Ela se referia à previsibilidade do pleito, que deve reeleger a presidente Cristina Kirchner ainda no primeiro turno, segundo todas as pesquisas de intenção de voto.
?Votei em [Hermes] Binner para ver se há alguma mudança. Gosto mais das propostas e da política socialista dele?, contou. O governador da província de Santa Fé foi uma das poucas surpresas da campanha, alçado a segundo lugar na corrida, segundo as pesquisas.
Em sua segunda eleição para presidente, o publicitário Martín Delfino, 24, não revelou em quem votou, mas disse não ter votado na presidente. ?Cristina está fazendo coisas muito ruins. Os programas sociais fazem com que as pessoas mais humildes tenham mais filhos para receber benefício. Isso não faz o país crescer?, disse.
Já o porteiro Oscar da Cunha, 38, que compareceu cedo ao local de votação porque trabalha neste domingo de eleição, afirmou ter votado na presidente, da Frente para a Vitória. ?Ela fez muito pelo país e segue fazendo. Para a classe trabalhadora foi muito boa.?
´Sala escura´
Quase 29 milhões de argentinos vão às urnas para escolher o presidente, renovar parte do Congresso e os governadores de nove estados. Diferente do Brasil, os eleitores do país podem optar por levar a sua própria cédula de casa ou usar as que estão disponíveis na ?sala escura?, como é chamado o local de votação.
Iniciada às 8h (9h de Brasília), a votação vai até as 18h. Um forte esquema de segurança, com homens da polícia federal, Forças Armadas e polícia foi mobilizado na capital portenha. A lei seca, em vigor desde a meia noite, vai até as 21 horas.
Por volta das 21 horas (22h de Brasília), o ministro do Interior, Anibal Florencia Randazzo, deve anunciar os primeiros resultados. À meia noite, segundo a Direção Nacional Eleitoral, órgão do ministério responsável pelo pleito, espera ter a contagem quase total dos votos.

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