A arrecadação da Receita Federal voltou a bater recorde no mês de março. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (20), a arrecadação com impostos e contribuições federais somou R$ 59,416 bilhões no mês passado, a maior arrecadação para meses de março.
Os dados da Receita apontam que a arrecadação apresentou aumentos reais (acima da inflação medida pelo IPCA) de 6,08% ante março de 2009 e de 10,40% ante fevereiro deste ano. Em valores nominais (sem a correção da inflação) a arrecadação de março apresentou crescimentos de 11,56% e de 10,97%, respectivamente.
No acumulado do primeiro trimestre de 2010, a arrecadação apresentou um aumento real de 11,01%, totalizando R$ 185,984 bilhões. Em valores nominais, a arrecadação nos primeiros três meses deste ano já é R$ 26,175 bilhões maior que a registrada no mesmo período de 2009. Considerando a correção pela inflação, a arrecadação no período de janeiro a março deste ano registrou um aumento de R$ 18,569 bilhões.
Em todos os meses deste ano a arrecadação apresentou recorde, sinalizando uma recuperação das receitas, depois do ano difícil de 2009, quando a arrecadação sofreu forte impacto dos efeitos da crise internacional no ritmo da atividade econômica. As receitas administradas pela Receita Federal, que excluem taxas e contribuições cobradas por outros órgãos, somaram em março R$ 57 911 bilhões, com alta real de 4,91% ante março de 2009 e 10,68% ante fevereiro deste ano. As demais receitas somaram R$ 1,505 bilhão, com crescimento de 84,78% em relação a um ano antes e 0 61% ante o mês anterior.
Indústria, venda e salários
A Receita Federal atribuiu o crescimento recorde da arrecadação no primeiro trimestre deste ano à expansão da produção industrial (17,20%), ao aumento do volume geral de vendas (11 90%) e ao aumento da massa salarial (7,18%). De acordo com dados da Receita, também influenciou a redução das desonerações tributárias, que foram concedidas no ano passado para o enfrentamento da crise financeira internacional.
O impacto na desoneração está, segundo a Receita, R$ 456 milhões menor do que no mesmo período de 2009. Enquanto de janeiro a março as desonerações de 2009 somaram R$ 6,150 bilhões, no mesmo período deste ano alcançaram R$ 5,695 bilhões.
O aumento das vendas teve impacto sobretudo na Cofins-PIS, que são tributos considerados termômetro da atividade econômica. No primeiro trimestre deste ano, a Cofins teve um crescimento real de 22,80% e o PIS, 15,01%. A arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), por outro lado, apresentou uma queda real de 2,22% nos três primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

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