Depois da batata, do tomate e do feijão, o arroz pode ser o próximo vilão da inflação. Por questões climáticas, a colheita do produto neste ano, estimada em 11,5 milhões de toneladas, deve ficar 1,1 milhão de toneladas abaixo da produção anterior. O consumo previsto no país é de 12,5 milhões de toneladas.
O resultado deve ser uma pressão maior sobre os preços ao consumidor, principalmente no próximo semestre. Por enquanto, ainda é cedo para dizer qual será o impacto. O varejo acaba absorvendo parte do aumento porque o arroz faz parte da cesta básica. Deve haver uma pressão nos preços, mas não dá para mensurar quanto, destacou a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Silvia Miranda.
Na avaliação do analista do mercado de arroz da Correpar Corretora, José Santos, os preços do cereal subiram, em média, de 1% a 1,5% a cada semana durante a colheita, o que não é normal porque a oferta tende a ser maior. O produtor não vende, à espera de preços melhores, explica. Para José Santos, a meta do setor é conseguir R$ 33 por saca de 50 quilos de arroz. Os preços atuais chegam, no máximo, a R$ 30 por saca.
O analista alertou, no entanto, que os preços não devem disparar após o fim da colheita. O consumidor não assimila grandes altas de preços dos produtos básicos, completou. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, Renato Rocha, ressaltou que a oferta interna e o volume importado todos os anos dos demais países do Mercosul são suficientes para garantir arroz na mesa dos brasileiros.
A pesquisadora Silvia Miranda, no entanto, não concorda. Segundo ela, como o estoque de arroz no mercado internacional está baixo, o Brasil terá que disputar com outros países o arroz do Uruguai e Argentina.

COMPARTILHAR:

Receba as publicações do Últimas Notícias em primeira mão no nosso grupo do WhatsApp:
https://chat.whatsapp.com/DoD79bcrBLZIqK6nRN2ZeA