Dificuldade extrema para respirar levou à internação por asma de 3.427 mineiros em apenas cinco meses. A média é de 23 pessoas buscando socorro em hospitais por dia, ou praticamente uma por hora. Médicos reforçam os riscos da doença que, muitas vezes, são subestimados pelos próprios pacientes.

O alerta contra a enfermidade crônica que pode levar a óbito é intensificado após a morte da escritora, roteirista e apresentadora Fernanda Young, de 49 anos. No domingo, a atriz teve uma crise de asma seguida de parada cardíaca. Ela estava no sítio da família em Gonçalves, no Sul de Minas, quando passou mal.

Ex-presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Norma de Paula Motta Rubini afirma que os casos mais graves acontecem devido aos sintomas ignorados. “Geralmente, os principais, como tosses secas e falta de fôlego, aparecem na infância, por o sistema imunológico ainda estar se desenvolvendo. Contudo, isso não significa que senti-los seja algo natural da vida”, alerta.

Apesar de o tratamento adequado garantir a qualidade de vida, quem tem a doença muitas vezes não segue à risca as recomendações. A mais recente Pesquisa de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2016, mostra que quase 1 milhão de mineiros tem asma, mas só metade usa a medicação regularmente. 

Em muitos casos, a pessoa começa o tratamento corretamente, mas, a partir do momento em que sente uma melhora, toma os remédios apenas quando tem uma nova crise asmática. Sem o controle, o quadro do paciente tende a piorar, passando de leve a moderado ou grave. 

Comportamentos

Maus hábitos e causas externas também podem provocar a enfermidade. “Tabagismo, poluição ambiental e vírus são alguns dos causadores. A falta de atividade física e a obesidade, assim como em outras doenças crônicas como o diabetes e a hipertensão, também são motivos de alerta”, explica o professor da UFMG Cássio da Cunha Ibiapina, especialista em pneumologia. “Não tem cura, o que significa que deve ser acompanhada a vida inteira”, reforça.

Como forma de prevenção, os médicos indicam uma dieta à base de frutas, vegetais e carnes magras, além de se evitar o sedentarismo. “A prática de atividades físicas desde a infância e a ingestão de líquidos e alimentos in natura, no lugar dos processados, corroboram para uma qualidade do organismo, além de prevenir a obesidade, que aumenta em 50% os riscos de se desenvolver a doença”, orienta a professora Helena Gurgel, da Faculdade de Medicina da UFMG.

Arte: Hoje em Dia
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Fonte: Hoje em Dia ||
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