Um Cruzeiro líder, com boa vantagem na busca por um bicampeonato consecutivo. Um Atlético em franca ascensão, na luta por uma vaga na Libertadores. O planejamento de toda uma temporada estará nas mãos de cinco auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Rivais no campo, a dupla mineira será julgada nesta quarta-feira (1º), no Rio de Janeiro, por desordem e lançamentos de objetos no clássico do último dia 21.
Denunciados duplamente pela Procuradoria do Tribunal, os advogados de Atlético e Cruzeiro precisarão mostrar, com provas e argumentos, que a perda de 20 mandos de campo seria uma injustiça, mesmo que o Código Brasileiro de Justiça Desportiva atribua aos clubes a responsabilidade pelo bom andamento da partida.
O Cruzeiro era o mandante daquele jogo, o que, no entanto, não isenta o Atlético, que teve 10% dos ingressos disponibilizados para seu torcedor. Todo o imbróglio se deu depois que bombas explodiram nas arquibancadas do estádio no fim do primeiro tempo, fato que o árbitro Marcelo de Lima Henrique relatou na súmula ter acontecido em ambos os lados.
Torcedores chegaram a ponderar que o estrondo se deu por uma bomba de efeito moral atirada pela Polícia Militar, que tentava conter os ânimos dos rivais. A PM confirma que o material foi usado para conter o tumulto. De toda forma, posteriormente, a Minas Arena, administradora do estádio, admitiu dificuldades na revista dos torcedores, o que pode ter facilitado a entrada de objetos nocivos. Imagens de TV devem ser exibidas no julgamento para tentar atribuir culpados. Já as imagens do Centro de Controle de Operações do Mineirão não podem ser cedidas a terceiros, por causa de uma lei federal. Em relatório, a Minas Arena informou ainda que cerca de cem cadeiras foram quebradas durante a partida, tanto do lado azul como no alvinegro, além da tentativa de invasão de um bar.

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