A capital de Minas Gerais (Belo Horizonte) é a quarta capital mais perigosa para adolescentes no país. Segundo um estudo que avalia o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), 1.472 jovens com idades entre 12 e 19 anos serão assassinados na capital mineira entre os anos de 2007 e 2013.
Recife, Maceió e Vitória, mas o Rio de Janeiro são as capitais com maior risco de homicídios entre os jovens e lidera em número absoluto de assassinatos no estudo: 3.025. São Paulo encontra-se abaixo da média nacional.
O estudo, feito por uma parceria entre a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, o Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de janeiro (UERJ), o Unicef e o Observatório de Favelas, constatou ainda que entre 2005 e 2007, cresceu o risco de homicídios entre jovens negros por arma de fogo, principalmente no Nordeste do país.
A chance de assassinatos entre jovens também subiu em outras regiões, com exceção do Sudeste. As estimativas se referem ao ano de 2007, comparando-as com os dois anos anteriores, e foram divulgadas na manhã de ontem. Para a secretária nacional de promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen de Oliveira, a situação mostra que, embora seja a região que mais cresceu economicamente nos últimos anos, o Nordeste não agregou políticas de proteção aos jovens.
A pesquisa
O IHA mede o número de adolescentes de 12 anos, num grupo de 1.000, que morreriam vítimas de homicídio antes de chegar aos 19 anos. O IHA nacional cresceu entre 2005 e 2007, passando de 2,51 para 2,67. O valor mais alto no país foi 11,8, alcançado pela cidade de Foz do Iguaçu, que encabeçou a lista também em 2006. Segundo essas estimativas 32.912 adolescentes serão assassinados entre 2007 e 2013, nos municípios brasileiros com mais de 100.000 habitantes.
A morte violenta é responsável por quase metade dos óbitos de pessoas de 12 a 18 anos no Brasil (45,5% dos casos). O índice é quase o dobro das mortes por doença (26,5%) e mais do que o dobro das mortes por acidente (23,2%).
A arma de fogo está no centro do problema, segundo o estudo. O risco relativo por arma de fogo é cerca de seis vezes maior que por outros instrumentos.
Segundo o estudo feito em 11 regiões metropolitanas, os homicídios atingem principalmente os rapazes (12 homens para cada jovem assassinada); os negros (quase quatro pretos ou pardos para cada branco ou amarelo); e moradores da periferia.
Os fatores que influenciam o IHA são o tamanho da população, o crescimento das cidades, educação, renda da população e até a religiosidade. Por isso, o estudo aponta alguns caminhos para diminuir o potencial de morte entre os jovens: programas de distribuição de renda e melhoria dos sistemas educacionais.