Belo Horizonte passou a integrar a lista de municípios com rumor de epizootia (morte de macacos), indicativo da febre amarela, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Isso significa que houve notificação de morte do primata na cidade, mas que não foi possível coletar material para investigar a causa do óbito.

A SES não informou quantos macacos morreram na capital. BH não tem casos suspeitos de febre amarela, que já somam 486 em Minas, sendo 84 confirmados.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou que o trabalho de recolhimento de primatas mortos ou com comportamento alterado é um trabalho de vigilância realizado ao longo de todo o ano pela Gerência de Zoonoses da pasta. “Os animais recolhidos são encaminhados para o laboratório de zoonoses, onde é realizada a necropsia daqueles corpos que estejam em boas condições, e feito o teste de raiva. O animal é encaminhado para a Funed que, por sua vez, encaminha para o Instituto Evandro Chagas, para que sejam feitos outros exames, como por exemplo, o de febre amarela”, informou a secretaria em nota.

A morte de macacos geralmente precede o surgimento de casos de febre amarela em humanos, visto que os primatas são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus transmissor da doença. O homem é hospedeiro acidental, ao entrar em áreas de mata, onde estão os mosquitos vetores. Até o momento, 79 municípios do Estado registraram rumor de epizootia, inclusive Ribeirão das Neves e Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Exames

 De acordo com a SMSA, o trabalho de recolhimento de primatas mortos ou com comportamento alterado é realizado ao longo de todo o ano. Os animais recolhidos são encaminhados para o laboratório de zoonoses, onde aqueles cujos corpos estão em boas condições passam por exames.

Depois de encaminhado para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), o bicho é levado para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, para que sejam feitos outros exames, como o de febre amarela. A secretaria afirmou que, até o momento, não recebeu resultado positivo para a doença em nenhum dos macacos recolhidos e ressaltou que “esses primatas não apresentam riscos para a saúde humana” e não transmitem a doença.

Já a SES informou que a vigilância na capital e em todos os municípios onde há registro de epizootia está intensificada, a fim de antecipar a ocorrência de casos. O Estado ressaltou que o rumor da morte de macacos não altera a rotina de vacinação, que segue o esquema normal.

Apesar disso, a corrida por vacinas contra a febre amarela na capital continua. Até essa quarta-feira (25), mais de 119 mil doses haviam sido aplicadas – no mesmo período de 2016, foram 7.867. BH já recebeu 210 mil unidades de vacina, sendo que a última remessa, de 50 mil, foi entregue nessa quinta-feira (26).

Para o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, a vacina é importante para todos as pessoas, mas nesse momento é mais necessária quem reside em área de risco. “Se esse rumor for confirmado, passa a ser obrigatório que todos se vacinem”, pontuou.

Força Nacional

Dez integrantes da Força Nacional do SUS, entre médicos, enfermeiros e assistentes, enviados pelo Ministério da Saúde, ajudam no combate à febre amarela em Minas.

Surto

 Até essa quinta-feira (26), 550 casos suspeitos de febre amarela e 105 óbitos haviam sido notificados no país, conforme o Ministério da Saúde. Além de MG, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul

 

Fonte: O Tempo Online ||

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