Após 2 anos de festividades canceladas devido à pandemia da Covid-19, o folião já pode voltar a planejar a fantasia: Belo Horizonte está preparando o maior evento da história da cidade, que espera um público de 5 milhões de pessoas, 550 mil a mais do que a última edição realizada em 2020. Com o lema “É de todo mundo!”, o Carnaval de BH também vai surpreender no tamanho da programação: serão 479 blocos e 523 cortejos de rua, sem contar com o desfile das escolas de samba. Para se ter ideia, na última folia, foram 390 desfiles registrados nas ruas capital.

O evento vai acontecer oficialmente de 4 a 26 de fevereiro e uma das atrações já confirmadas é a cantora Daniela Mercury, prometendo embalar BH com “O Canto da Cidade”. A folia, claro, deve ficar mais concentrada entre os dias 17 e 21 de fevereiro, e a programação não vai ser exclusiva da região central; a proposta é ocupar todas as regionais da capital com atrações.

Na região da Pampulha, o Bloco Tchanzinho Zona Norte alegra os foliões ao som do Tchan e, este ano, prometem tocar também Anitta. “Vamos homenagear a cantora e a música Envolver, com o tema ‘Volver’, em espanhol, felizes pela volta do carnaval e da alegria de festejar”, diz Laila Heringer, produtora do bloco. No Lagoinha, o mais esperado é o Bloco Abalachita, que conquistou os jovens a subirem às ladeiras do bairro boêmio na região Noroeste; já o Barreiro tem um cortejo que representa os moradores usuários de transporte público: Bloco Esperando o Metrô, ele sai na terça-feira, sem atraso.

“É uma forma de respeitar o território de cada bloco. Queremos fazer com que toda cidade vivencie o Carnaval porque ele é de todo mundo”, diz o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro. Segundo ele, uma das formas que a prefeitura incentiva que a festa se espalhe pela cidade é apoiando blocos de fora do eixo Centro-Sul no edital de patrocínio.

Ao citar o slogan, “É de todo mundo!”, Castro reforça a diversidade do Carnaval de BH. “Temos espaço para blocos LGBT+, blocos Afro, de pessoas com deficiência e mais. O nosso Carnaval é conhecido pela diversidade”, lembra. De fato, o belo-horizontino já fez tradição em esperar as coreografias do bloco Afro Angola Janga na rua São Paulo, no Centro, no domingo de Carnaval, ou o cortejo atrás do caminhão do Truck do Desejo, bloco composto por mulheres lésbicas e bissexuais que desfila no Bairro Preto, na terça-feira, último dia de festa.

Em 2022, o bloco Unidos do Samba Queixinho aproveitou a Parada Gay para se preparar para o primeiro Carnaval pós-pandemia. Neste ano, o desfile homenageará a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. “No domingo, às 14h, vamos sair da praça da Assembleia e seguir até a sala Minas Gerais, da Filarmônica”, detalha, empolgado, Glauco Tavares, produtor do bloco.

Até os ciclistas apaixonados não deixam de sair de fantasia. Na quinta-feira pré-feriado, o Bloco da Bicicletinha dá a largada para os cortejos do Carnaval de Belo Horizonte. “É uma sinergia muito grande que acontece na nossa cidade, um sentimento de pertencimento toma conta”, celebra Castro.

A expectativa é que seja possível alcançar R$ 20 milhões pelo edital de patrocínio do Carnaval para organizar a festa que deve receber, além dos belo-horizontinos, 250 mil turistas. “Nós temos uma rede hospitaleira preparada, uma gastronomia reconhecida no país e, ainda por cima, temos a receptividade típica de mineiro”, afirma o presidente da BeloTur. “Sem dúvida quem escolhe o Carnaval de BH faz a melhor opção”, continua.

A movimentação econômica deve ficar em torno dos R$ 623 milhões, R$ 320 milhões apenas para o setor de bebidas e alimentos. 15 mil ambulantes vão deixar os foliões equipados durante o Carnaval.

As festas privadas em Belo Horizonte chegam para mostrar que o carnaval é uma grande mistura. Com espaço para curtir músicas que vão do eletrônico ao pop e ao axé, muitos foliões escolhem comprar ingressos de festivais e pular carnaval assistindo a shows.

No domingo de festa, dia 19, o Mineirão vai receber o ‘Carnaval do Bem’. A estrutura de grandes festivais ao redor do mundo vai ocupar o estádio para acolher um line up esperado por muitos fãs da música eletrônica. Os nomes vão de DJs nacionais, como Vintage Culture, Mochakk e Bruno Be, aos internacionais, John Summit, James Hype e Sofi Tukker.

Esse último, inclusive, estreia pela primeira vez no Brasil. “A festa no Mineirão reforça a importância de BH no cenário econômico e do turismo. A expectativa é atrair turistas de várias regiões do Brasil, a capital de Minas já é considerada há vários anos como uma das melhores do país para passar o carnaval”, conta Otacílio Mesquita, realizador do evento.

São destaques ainda o Carnaval do Mirante, no Bairro Olhos D’Água, com programação para os quatro dias de evento e nomes como Pedro Sampaio, Wesley Safadão, Léo Santana e Duda Beat. Ou, ainda, o We Love Carnaval, no Expominas, também para os quatro dias, e shows de Ivete Sangalo, Jorge e Mateus, Zé Felipe e Luísa Sonza. Dessa vez no Expominas, no Hipercentro de Belo Horizonte.

Fonte: O Tempo

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