Em busca de tranquilidade e menor custo de vida, o turismólogo Itamar Fonseca, 39, trocou a cidade de São Paulo por Belo Horizonte em 2005. Ele é um dos que endossam o título de Belo Horizonte como a capital do Sudeste que mais tem imigrantes com alta escolaridade. Entre 2005 e 2010, a cidade recebeu 35.441 pessoas com nível superior e enviou 28.453 a outros lugares, o que resulta em saldo positivo de 6.988.A cada hora, Belo Horizonte atrai três moradores novos, segundo dados de estudo divulgado na segunda-feira (2) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisou a dinâmica das cidades brasileiras. A média é baseada no número de imigrantes da capital mineira, entre 2005 e 2010, período em que foram registrados 151.192 novos moradores. No mesmo período, 115.490 deixaram a cidade, o que resulta em saldo positivo de 35.072 ? número 1.375% maior que o registrado entre 1986 e 1991.
O economista e demógrafo Luis Arthur Paiva avalia que a imigração desse público para o município se deve à dinâmica do mercado de trabalho de Belo Horizonte. ?Embora São Paulo e Rio tenham fama de ter um mercado de trabalho amplo, ele é mais diversificado em Belo Horizonte.
Além disso, a característica de cidade tranquila também contribui para a imigração?, explicou.
Fonseca foi inserido nesse mercado dinâmico. Foi na capital mineira que ele abriu sua agência de viagens. ?Eu me formei em turismo em São Paulo, onde trabalhava para empresas de alguns amigos. Aqui, abri meu negócio?, disse.
Mas não são só de outros Estados que os diplomados chegam a Belo Horizonte. Segundo a pesquisa, de 2005 e 2010, os migrantes de alta escolaridade vieram de uma distância média de 407 km. O enfermeiro Marcelo Ribeiro, 31, veio de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, para fazer mestrado e trabalhar na capital. ?Aqui há mais e melhores oportunidade?, disse.
Escolaridade
Belo Horizonte é a segunda capital do Sudeste com mais tem pessoas com nível superior. Têm diploma 19,6% das pessoas em idade ativa, menos apenas que Vitória (ES), onde o índice é de 27,5%.
Saúde
Em oitavo lugar no ranking das cidades brasileiras quanto à relação entre número de médicos por moradores, Belo Horizonte tem 4,88 profissionais por cada mil habitantes, ou um doutor para cerca de 250 pacientes. Em primeiro lugar vem Niterói (RJ), com 9,60 profissionais para cada mil habitantes. A segunda colocação fica com Vitória (ES), com relação de 9,16.
Trabalho
Saltou de 7,4 milhões para 15,4 milhões o número de pessoas que deixa o município onde mora para trabalhar ou estudar em outra cidade ? 108% de aumento. A pesquisa do Ipea credita o aumento à maior vontade das pessoas em melhorar a formação e a capacitação e em ampliar a inserção no mercado de trabalho.
Destaque
Brasília (DF) é um dos destinos mais procurados por todos os tipos de migrantes do país e se destaca por ser a capital que mais recebe aqueles com formação superior completa ou em curso. Chegaram à cidade 42,9 mil imigrantes diplomados ? média de dez por dia ?, 17,3 mil a mais que o número de pessoas com curso superior que deixaram a capital federal.
PIB As receitas disponíveis para os governos municipais aumentaram de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002 para 8% em 2012. A principal verba veio das transferências recebidas da União e dos Estados. Repasses ligados a programas de saúde, educação e assistência social foram os que mais cresceram.

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