Parece cena de filme, mas não é. Um bilhete encontrado em garrafa pet amarrada a uma boia levou a Marinha do Brasil ao paradeiro dos seis tripulantes da embarcação Bom Jesus, que há mais de 10 dias não faziam contato com os familiares e chegaram a ser dados como desaparecidos.

Segundo informações transmitidas ao superintendente regional da Polícia Civil do Baixo Amazonas, delegado Jamil Casseb, o bilhete foi encontrado por um pescador da região do Marajó, no Pará. Foi ele quem fez contato com a Marinha e avisou sobre o pedido de socorro.

No bilhete, os tripulantes escreveram: “Socorro, socorro! Precisamos de ajuda, nosso barco pegou fogo, estamos há 13 dias na Ilha das Flechas sem comida avise nossa família”. Também colocaram contatos telefônicos de alguns de seus familiares, que moram em Santarém.

Os tripulantes foram encontrados pela Marinha por volta de 17h dessa quarta-feira (13). Uma operação de resgate e salvamento foi montada para resgatar os tripulantes em aeronave da Marinha devido à distância e o difícil acesso à ilha das Flechas, uma ilha deserta no norte do Pará. Após serem resgatados em aeronave da Marinha, os tripulantes do barco foram levados para Belém para receber atendimento médico.

O desaparecimento dos tripulantes foi comunicado à polícia por familiares na segunda-feira (11). Os tripulantes haviam informado às famílias que estariam de volta cerca de 10 dias após o último contato, o que não aconteceu.

Os familiares também procuraram a Capitania Fluvial de Santarém que levou o caso às instâncias superiores e na terça (12) a Capitania dos Portos do Amapá enviou um navio para realizar buscas pela embarcação Bom Jesus.

Um inquérito administrativo foi instaurado pela Capitania dos Portos do Amapá para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo naufrágio.

Os tripulantes que foram encontrados com vida são:

  • Antônio Oliveira dos Santos – maquinista mecânico;
  • Leilane Carla Ferreira Guimarães – cozinheira;
  • Cristiano de Azevedo Figueira – marinheiro
  • Joelson da Silva Costa – responsável pela carga;
  • Valdeney Dolzanes Reis – Policial Militar.
  • “Negão” – maquinista

Entenda o caso

Os tripulantes do Bom Jesus partiram de Santarém de era levar uma carga para Chaves. Dois vídeos feitos pelo policial militar que fazia a escolta da carga circularam na terça-feira nas redes sociais.

A embarcação Bom Jesus saiu de Santarém, no oeste do Pará, no dia 24 de março para levar uma carga ao município de Chaves, no Marajó, e o último contato dos tripulantes aconteceu em 26 de março, segundo informações passadas por familiares à Polícia Civil.

Em um vídeo compartilhado com a família, Valdeney Dolzanes Reis mostra a embarcação encalhada. Reis conta que os tripulantes aguardavam a maré subir para poderem dar sequência à viagem.

 Ao chegar em Chaves, os tripulantes foram informados que a pessoa que receberia a carga desistiu de fazer a retirada e para não perder a viagem eles levariam a encomenda até Nazaré, também na região do Marajó.

Desde então os familiares não tiveram mais contato com a embarcação e os tripulantes até que eles fossem encontrados na quarta. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) em nota divulgada nesta quinta-feira (14), a equipe médica que atendeu os tripulantes em Belém informou que eles estavam com quadro geral de saúde bom, mas bastante desidratados.

Fonte: G1

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