O Brasil saltou do 4º para o 3º lugar na lista de países mais atraentes para investidores internacionais, de acordo com o 8º Capital Confidence Barometer (CCB), lançado pela multinacional de auditoria e consultoria Ernst & Young. O País está atrás apenas de China e Índia, respectivamente. Os Estados Unidos, que ocupavam a segunda posição, caíram para o quarto lugar.
Para o levantamento, foram entrevistados 1,6 mil executivos de 50 países ao longo dos meses de fevereiro e março de 2013. Segundo o relatório, o otimismo em relação aos investimentos no Brasil vem à tona em um momento de confiança renovada na recuperação econômica após um período de incertezas. Hoje, levando em conta as expectativas de crescimento global, lucro das empresas e disponibilidade de crédito, 87% dos entrevistados acreditam que a economia mundial está estável ou melhorando. Em outubro de 2012, quando foi lançada a última versão da pesquisa, apenas 22% acreditavam em melhorias no cenário econômico.
Por isso, a expectativa do mercado é de que as fusões e aquisições globais devem aumentar em volume nos próximos 12 meses. O CCB aponta que 72% das empresas consultadas acreditam nisso. E os brasileiros estão entre os que deverão puxar o investimento em aquisições, uma vez que as operações de M&A estão nos planos de 45% delas; entre as companhias brasileiras de tecnologia, 67% planejam aquisições, e, no setor de petróleo e gás, 50%. A média global de interesse nesse tipo de transação é de apenas 29%.
?Embora esse sentimento positivo normalmente se traduza em investimentos significativos de capital e operações de M&A, a situação atual pode ser melhor descrita como um ?paradoxo da confiança? – com a atividade planejada contrariando as expectativas. Nos últimos anos, os volumes de M&A estiveram descolados de indicadores históricos de atividade de negócios. Há sinais de melhora, mas permanece a cautela. Enquanto quase três quartos das empresas esperam que a atividade de negócios aumente ao longo do próximo ano, um número inferior tem a intenção de comprar. Isso pode criar uma vantagem para aqueles que derem o primeiro passo e garantir bons ativos antes da concorrência?, analisa Pip McCrostie, vice-presidente global de Consultoria em Transações da Ernst & Young.
No Brasil, otimismo precavido
Embora a reputação do Brasil esteja em alta aos olhos dos investidores internacionais, os empresários brasileiros dosam com precaução os investimentos previstos. Se, em abril de 2011, 81% dos brasileiros entrevistados pelo Capital Confidence Barometerafirmavam que a prioridade de suas empresas era o crescimento, hoje são apenas 37%. Para 42% dos empresários, 2013 é um ano para cortar custos e aumentar a eficiência operacional.
Da mesma forma, diminuiu a esperança das companhias brasileiras quanto à redução da relação dívida/capital ao longo de 2013. Apenas 11% dos participantes brasileiros esperam redução da proporção, contra 44% em outubro do ano passado. Hoje, 61% acreditam que a taxa deve permanecer estável nos próximos 12 meses, contra 46% em 2012. E se apenas 10% acreditavam que a relação dívida/capital aumentaria em outubro do ano passado, hoje são 28%.
O endividamento das empresas brasileiras, no entanto, segue melhor do que a média mundial: 61% das empresas brasileiras pesquisadas têm uma proporção dívida/capital de 0% a 25%, contra 51% no resto do mundo. Nenhuma das companhias brasileiras ouvidas pela Ernst & Young tem dívidas que cheguem a até 100% do capital, enquanto 4% das entrevistadas internacionais estão nessa faixa.
Sobre a pesquisa
O Capital Confidence Barometer é uma pesquisa aplicada a 1.600 executivos de grandes companhias em todo o mundo e em diversos setores da economia. O objetivo é medir a confiança corporativa no cenário econômico para entender as prioridades empresariais para os próximos 12 meses, além de identificar as práticas em ascensão nas companhias que estão criando vantagens competitivas enquanto a economia mundial segue evoluindo. Este é o oitavo relatório semestral, cuja primeira edição foi publicada em novembro de 2009.

COMPARTILHAR:

Receba as publicações do Últimas Notícias em primeira mão no nosso grupo do WhatsApp:
https://chat.whatsapp.com/DoD79bcrBLZIqK6nRN2ZeA