A pesquisa ?Juventude e Políticas Sociais no Brasil?, divulgada pelo Ipea nesta terça-feira (18), mostra que caiu, entre 1982 e 2007, a parcela dos jovens de 15 a 19 anos que só participam do mercado de trabalho. Já a parcela dos que só estudam ou estudam e participam do mercado de trabalho teve aumento.
Em 1982, eram 27% dos jovens que só estudavam, enquanto 16% estudavam e participavam do mercado de trabalho; outros 40% só participavam do mercado de trabalho. Já em 2007, 41,3% dos jovens de 15 a 19 anos só estudavam, enquanto 25,9% estudavam e participavam do mercado de trabalho; a parcela dos que só participam do mercado de trabalho caiu a 21,6%.
A pesquisa considera como participantes do mercado de trabalho aqueles que trabalham ou procuram emprego.
Na próxima faixa etária, de 20 a 24 anos, a maioria dos jovens só participava do mercado de trabalho em 2007: 58,5%, ante 59,3% em 1982. Mas aumentou a proporção dos que só estudam (de 5,7% para 7,8%) e dos que estudam e trabalham (10% para 17,4%). Esse movimento é explicado pela queda dos que nem estudavam nem participavam do mercado de trabalho (de 25,1% em 1982 para 16,3% em 2007).
Qualidade do trabalho
Entre os jovens que trabalham, a qualidade das vagas conseguidas varia muito, conforme destaca o Ipea. Para os jovens de 10 a 17 anos, a maioria das vagas é sem carteira assinada ? entre os jovens de 10 a 14 anos, predomina o trabalho não-remunerado.
Já dos 18 aos 24 anos, a situação se inverte: a maioria das vagas é de carteira assinada. A proporção de jovens dessa idade que trabalha em vagas formais aumentou de 38,2% em 1996 para 41,7% em 2007, enquanto caíram as proporções de jovens sem carteira assinada, por conta própria e não-remunerados.
Situação familiar
A pesquisa do Ipea mostra ainda que aumentou a proporção de jovens de 15 a 29 que moram com os pais: de 63,1% em 1982 para 68,3% em 2007. Inversamente, caiu a proporção de jovens que saíram de casa, de 33,9% para 30,1%.
De acordo com o Ipea, os números mostram que, entre os homens, a maioria sai de casa para chefiar um domicílio, mas entre 1982 essa proporção caiu um pouco e houve ligeiro aumento da parcela de homens que sai da casa dos pais para ser cônjuge (segundo o Ipea, é o próprio pesquisado que declara se é chefe do domicílio ou cônjuge). Já entre as mulheres, a maioria sai da casa dos pais para ser cônjuge, mas entre 1982 e 2007 houve ligeira queda nesta proporção e aumento das mulheres que saíram de casa para chefiarem famílias.

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