Nesta segunda-feira (3), candidatos do concurso da Polícia Militar de Minas Gerais iniciaram um abaixo-assinado para anular as provas realizadas no domingo (2), em Belo Horizonte. Os inscritos reclamam de desorganização e pedem ao Ministério Público Estadual (MPE) o cancelamento das avaliações. 

 Ao todo, o concurso teve 101.604 inscritos. Não foi informada a quantidade de abstenções. Esse foi o segundo maior certame já realizado pela PM, perdendo em procura de candidatos apenas para o teste feito em 2014. As provas teriam sido elaboradas exclusivamente pelos militares e nenhuma empresa foi contratada para a aplicação das avaliações.

 Em comunidades sobre o concurso, criada por inscritos, os candidatos relatam problemas como a falta de folha de rascunho para redação, demora para a entrega das provas, escolas fechadas, locais de testes alterados em cima da hora, questões com diversos erros, avaliações recolhidas antes do horário previsto em edital, entre outras reclamações.

 Um dos membros da comunidade, que não terá o nome divulgado, disse que nunca fez uma prova tão desorganizada. “Bateu o sino e ainda não tinham entregado a prova para todos, não havia rascunho para cálculo de matemática e para a redação. O pessoal da minha sala não teve a autorização para usar o comprovante de matrícula como rascunho. Já ouvi vários dizendo que utilizaram, diversas pessoas que saíram com a prova e outros não”, afirmou.

 Segundo a assessoria de imprensa do MPE, vários candidatos já entraram em contato com a Promotoria de Patrimônio Público perguntando informações sobre como registrar reclamações. Até a tarde desta segunda, nenhum documento tinha sido entregue ao órgão ainda.

 Assinaturas

A petição online para o cancelamento da prova já contava com 2,5 mil assinaturas, até as 15h desta segunda, denunciando ao MPE a falta de transparência e de fiscalização pela banca do Centro de Recrutamento e Seleção (CRS).

 Uma parte da carta contra que, conforme o edital, os locais de provas deveriam ser divulgados até o dia 24 de julho, mas isso só teria ocorrido em 28 de julho, “deixando vários candidatos de mãos atadas, já que teriam que se descolar de outros Estados para o local da prova em um tempo que não seria o correspondente, infringindo assim o princípio da transparência'”.

 Outro problema relatado pela petição foi o direito a um rascunho para a redação, o que não foi cumprido. Alguns candidatos afirmam que foram autorizados a fazer o esboço do texto no verso de uma folha da prova, enquanto outros não tiveram a mesma oportunidade.

 “Outra falha foi que enquanto em alguns locais os participantes eram proibidos de usar quaisquer tipos de material para desenvolver a sua redação, em outros foram utilizadas até folhas de cadernos de outros colegas que foram trocados entre alunos. Houve ainda comunicação entre os Policiais Militares que estavam aplicando o exame e alguns candidatos”, consta no ofício.

 Resposta

Segundo o assessor de imprensa da Polícia Militar, major Gilmar Luciano dos Santos, todos os itens do edital do concurso foram cumpridos. “Sobre qualquer problema de administrativo, o candidato poderá ir até o Centro de Recrutamento e Seleção (CRS), no bairro Prado, para formalizar a reclamação. Todas as outras questões que levarem a nulidade do concurso, como local errado ou impedimento de fazer a prova, só mediante ordem judicial direta ou Ação Civil Pública (ACP), movida pelo Ministério Público”, informou o militar.

Petição de anulação

Os candidatos estão realizando um abaixo-assinado online para pedir a anulação da prova. Os interessados em coloborar com a assinatura podem acessar o site da petição.

Redação do Jornal Nova Imprensa Hoje em Dia

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