A carne de boi está sumindo do prato do brasileiro. O preço de alguns cortes subiu mais de 20% nos últimos 12 meses, ante uma inflação de 8,89% no mesmo período, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E não são só produtos mais nobres, como picanha e filé mignon, que estão mais salgados. O quilo da carne de segunda chega a custar quase três vezes mais do que o quilo do frango.
Músculo, pá e acém, por exemplo, ficaram 21,4%, 22% e 20,8% mais caros de junho do ano passado pra cá. Contrafilé e chã de dentro também exigem um desembolso maior. Os aumentos foram de 14,5% e 19,8%. Isso acontece porque, como o preço da carne está alto, cresce a procura por produtos de segunda, pressionando os valores para cima. É a antiga regra da oferta e demanda.
Produção cai
Para piorar o cenário, a produção no campo caiu. Somente em Minas Gerais, de janeiro a junho deste ano, na comparação com o primeiro semestre de 2014, a redução do abate de gado encolheu 10,8%, totalizando 1,6 milhão de animais.
“A escassez de animais prontos para abate ajuda a explicar as altas nos preços. É um reflexo do ciclo da pecuária”, afirma o analista de agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária do estado de Minas Gerais (Faemg), Walisson Lara.
E as perspectivas para os próximos meses não são animadoras para o lado do consumidor. “Com menos bezerros sendo ofertados e a escassez hídrica, é possível que os preços recordes se mantenham”, avalia Lara. Atualmente, o valor médio da arroba pago ao produtor está na casa dos R$ 135, o equivalente a uma alta de 24% em um ano, quando o preço era de R$ 109.
Redação do Jornal Nova Imprensa Hoje em Dia