Pai de Millena, avô de Maria Alice e marido de Marileide. Morto no acidente de Capitólio, no sábado (8), Rodrigo Alves dos Anjos era um amante da navegação. Pessoa de alto astral, ele pilotava a lancha Jesus, ocupada pelas 10 pessoas que morreram na tragédia. 

“Meu pai era uma pessoa única. Ele amava isso aqui. Suas maiores paixões eram as embarcações e a família, principalmente a neta”, afirma Millena Rodrigues Alves dos Anjos, filha de Rodrigo. 

Com pães e biscoitos organizados de maneira improvisada em uma mesa, a família aguarda, desde a noite de sábado, a liberação do corpo de Rodrigo do Instituto Médico-Legal (IML) de Passos. A cada hora que um funcionário sai da estrutura, nasce uma nova esperança de finalmente se despedir do homem. 

Rodrigo vivia em Capitólio com a esposa, Marileide Fátima Rodrigues, de 37. Os dois estavam casados há quase 25 anos e vieram para o “Mar de Minas” com intuito de seguir o sonho do piloto. 

“Navegar é preciso” era a frase preferida de Rodrigo ao publicar fotos nas redes sociais. 

“Ele não iria nessa lancha inicialmente. Pediu para trocar porque queria ir com Jesus (nome da embarcação amassada pela rocha). O Rodrigo já estava na outra quando pediu pra trocar. Como você explica isso?”, lamenta a filha. 

Rodrigo levava outras nove pessoas na lancha, cinco delas da mesma família. As outras quatro eram amigas do núcleo familiar. Diante da experiência de Rodrigo, os familiares se perguntam como o acidente aconteceu. O piloto tinha vários cursos de especialização na área. 

Na tarde desse domingo (9), o Corpo de Bombeiros informou que resgatou todos os corpos da área dos cânions. Agora, a Polícia Civil trabalha para identificar todas as vítimas.

A operação conta com a colaboração de agentes da PC que trabalharam em Brumadinho, na época em que se rompeu a barragem da Vale.

Fonte: O Tempo

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