Especialistas alertam que as melhores oportunidades de trabalho nesta década e na próxima são para os profissionais que atuarem em áreas ligadas à preservação do meio ambiente, relações internacionais, qualidade de vida e internet.
Para o professor de gestão de pessoas do Insper, Marcus Sousa, ?as condições econômicas podem mudar, mas esta é uma tendência que já se consolidou no cenário mundial? .
No Brasil, além dessas áreas, a previsão é de grande demanda por profissionais capacitados para a área de serviços. O professor Marcus Sousa lembra que dois eventos devem trazer para o país turistas do mundo todo, a Copa em 2014 e as Olimpíadas em 2016, e isso valorizará as pessoas com habilidades em relacionamento humano. ?São os gestores de redes de relacionamento, os gestores de atendimento e, se tiverem formação em atendimento virtual, será melhor ainda? , explica.
Além disso, a expectativa de continuidade do crescimento econômico no país continuará mexendo com o mercado de trabalho. O Brasil precisará de profissionais da área de infraestrutura e de setores da indústria que produzem bens voltados para as classes mais baixas.
O professor do Núcleo de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Unicamp, Anselmo L. Santos, cita os setores de calçados, têxtil, material de construção e bens populares. Ele destaca também o setor de petróleo como importante foco para contratações. ?A exploração do pré-sal vai exigir mão de obra especializada. A Petrobras vai intensificar estas contratações? , prevê.

O que e onde estudar?

O professor do Insper destaca que, em muitos casos, ainda não existem carreiras específicas. ?Uma boa opção é seguir a carreira de engenharia. São profissionais com formação mais completa e ampla. Por isso, têm mais oportunidades de trabalho. Este profissional acaba atuando em várias áreas de destaque, de acordo com a demanda do mercado? , informa Sousa.
Ele lembrou ainda que a especialização desses profissionais depende de investimento em educação no Brasil. ?Temos muitos problemas para desenvolver a educação. Há pouco investimento. É preciso levar em conta que a formação necessita de tempo para a maturação. Até por isso, profissionais autodidatas são mais valorizados no mercado? , afirma.
O professor de relações do trabalho da Universidade de São Paulo, José Pastore, afirma que, com as condições atuais, o Brasil não tem como preparar profissionais em tempo hábil para estas áreas. ?Estamos numa corrida na qual o alvo é um ponto móvel que se descola a cada dia. Para ?criar tempo?, será preciso uma ampliação brutal da rede de escolas, sem perder qualidade! É um enorme desafio? , conclui.

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